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O Chega saudou a "viragem à direita" da Itália e considerou que os resultados das eleições legislativas deste domingo neste país abrem caminho a "uma reconfiguração política da Europa", prevendo que também tenham consequências em Portugal.
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"Estamos seguros de que estes ventos de mudança irão chegar a Portugal e que também os portugueses terão direito a virar a página e eleger quem seja capaz de defender os seus interesses", salienta o partido de extrema-direita português, em comunicado.
O Chega congratula-se, em especial, "com a votação obtida pelos seus congéneres europeus, liderados por Giorgia Meloni e Matteo Salvini".
"Os resultados obtidos por Giorgia Meloni e Matteo Salvini nas eleições italianas abrem caminho a uma verdadeira mudança de políticas em Itália e, ao mesmo tempo, a uma reconfiguração política da Europa", sublinha o Chega.
O partido liderado por André Ventura refere que, depois da Suécia -- onde também se registou uma vitória de uma coligação da direita e extrema-direita nas eleições legislativas de 11 de setembro -, "é agora a vez de a Itália dar mais um sinal claro de que o Continente europeu está em profunda mudança".
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"Os eleitores confiam cada vez mais nos partidos que defendem, sem reservas, a soberania dos seus povos, as suas tradições e valores civilizacionais, como é o caso do Chega em Portugal", defendem.
O partido felicita "com grande entusiasmo" Giorgia Meloni e Matteo Salvini pelos resultados obtidos e manifesta a esperança de que "consigam rapidamente formar governo e dar aos italianos uma solução governativa forte, estável e capaz de enfrentar os tempos duros que se avizinham".
O Chega já convocou para segunda-feira uma conferência de imprensa com o presidente do partido, André Ventura, para abordar estes resultados, entre outros temas.
A coligação de direita e extrema-direita, liderada pelo partido Irmãos de Itália, pode obter entre 41% a 45% dos votos nas legislativas de hoje em Itália, segundo as sondagens à boca das urnas.
A sondagem do Consorzio Opinio Italia para a cadeia de televisão Rai, citada pela ANSA, aponta um resultado entre os 25,5% e os 29,5% para o bloco de centro-esquerda, liderado pelo Partido Democrático, de Enrico Letta, enquanto o Movimento 5 Estrelas terá entre 15,5% e 17,5%.
À direita, as sondagens apontam entre 22% e 26% ao partido de extrema-direita Irmãos de Itália, liderado por Giorgia Meloni, enquanto a Liga, de Matteo Salvini, obtém entre 8,5% a 12,5%. Já o partido conservador Força Italia, de Silvio Berlusconi, recolhe entre 6% e 8% dos votos neste estudo.
Os primeiros resultados oficiais das legislativas só deverão ser conhecidos durante a madrugada de segunda-feira.
A taxa de abstenção poderá atingir cerca de 36%, mais nove pontos do que nas eleições de 2018.
Segundo a Rai, sondagem tem uma margem de erro de 3,5%.
Mais de 50 milhões de italianos foram hoje chamados a votar nestas eleições legislativas.
Devido à pulverização partidária, nenhum partido deverá obter uma maioria suficiente para governar sozinho.
A direita e a extrema-direita conseguiram um acordo de coligação que poderá levar Giorgia Meloni ao poder e a tornar-se na primeira primeira-ministra de Itália. Integram a coligação o partido conservador Força Itália, do ex-primeiro-ministro Sílvio Berlusconi, e a Liga, de Matteo Salvini, conhecido pela sua política dura contra a imigração.