Chuva dos próximos dias "não é suficiente" para mudar situação de seca

No que toca à agricultura, das 44 albufeiras monitorizadas, 37 "apresentam níveis de armazenamento que asseguram campanha de rega para 2022".

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, alertou esta terça-feira para o facto de 66% do país estar em seca extrema e 34% em seca severa. Números que fazem com que a chuva prevista para os próximos dias não seja suficiente para alterar a situação.

No que toca à agricultura, das 44 albufeiras monitorizadas, 37 "apresentam níveis de armazenamento que asseguram campanha de rega para 2022", assegurou a governante. Mas "há sete albufeiras que apresentam limitações".

É possível que 37 albufeiras assegurem a campanha para este ano porque o aproveitamento hidroagrícola segue planos de contingência, estando o seu uso a ser feito "de forma muito criteriosa".

Há, no entanto, sete barragens (no Norte, Algarve e no Alentejo) que apresentam limitações. Na Bravura, por exemplo, o uso é "estritamente público" e foram reabilitados dois furos. Relativamente ao Mira, "houve uma limitação grande do ponto de vista da rega", com, impacto "grande" na produção agrícola.

Na barragem de Santa Clara foi feito um "rebaixamento da quota" para criar condições para o abastecimento público e para a rega, uma imposição que implica um investimento futuro que é "determinante", seja por via da construção de uma elevatória, de seis milhões de euros, cujo processo está em concurso público, seja através de "15 milhões do PDR2020 para melhorar a eficiência hídrica naquele canal" onde podemos vir a reduzir, do ponto de vista agrícola, os consumos em 35%.

As albufeiras de Campilhas e Fonte Serne não estão a ser usadas para rega. Já a Monte da Rocha está a ser usada para a agricultura, mas essencialmente para o abastecimento público.

"Queremos criar condições para ter uma nova infraestrutura que resolva o problema do Monte da Rocha tanto para o abastecimento público como para a agricultura", disse a ministra, referindo-se a um investimento de 50 milhões de euros que "está previsto no programa nacional de regadio".

Nas duas barragens do Norte com limitações há também restrições à rega "para permitir o abastecimento público".

"Com uso eficiente da água e com os planos de contingência conseguimos assegurar a campanha de rega para 2022, conseguimos ajudar a criar uma condição de conjunto para o abastecimento público, para as culturas que são permanentes e que queremos que sobrevivam", afirmou Maria do Céu Antunes.

Quatro milhões de euros para agricultores instalarem novos equipamentos

"Temos de segurar, armazenar e disponibilizar" a pouca água que temos, disse a ministra da Agricultura, dando conta que em Portugal 630 mil hectares de área irrigável, que representa só 16% da superfície utilizada. "Apenas 54% é regadio coletivo. Temos de aumentar este valor", sublinha.

A ministra refere também a necessidade de introduzir "mais tecnologia" e mais "conhecimento" na pequena e média agricultura. Por isso, o Ministério da Agricultura, através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e especificamente para o Algarve, tem quatro milhões de euros para disponibilizar aos agricultores para instalarem equipamentos para um melhor uso da água". Assim como "estamos neste momento, através do Programa 2020, a abrir um aviso com 12 milhões de euros" para que as explorações agrícolas tornem o uso da água mais eficiente.

O Governo anunciou esta terça-feira que vai lançar a partir de julho campanhas de promoção do uso eficiente da água, dirigidas a todos os tipos de consumidores, com reuniões mensais de acompanhamento da situação até final de setembro.

As medidas foram anunciadas pelo ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, numa conferência de imprensa conjunta com a ministra da Agricultura e da Alimentação, Maria do Céu Antunes, depois de os dois ministros presidirem à 9.ª Reunião da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca, na qual foi feito um ponto da situação relativo à situação meteorológica, hidrológica, hidroagrícola e das culturas e abeberamento animal, e a avaliação de situações críticas.

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