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O Bloco de Esquerda (BE) pediu, "com caráter de urgência", a audição do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, sobre o encerramento de maternidades e urgências de obstetrícia e ginecologia no Serviço Nacional de Saúde (SNS).
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"A situação de falta de profissionais na área de obstetrícia e ginecologia não é nova e o Governo nada fez para melhorar a situação simplesmente porque não quis. Lembramo-nos que já no verão de 2019 se colocou a possibilidade de encerramento faseado de urgências obstétricas na região de Lisboa e Vale do Tejo. O problema era, mais uma vez, a falta de profissionais para garantir todas as escalas de funcionamento destes serviços. Passaram 3 anos e o Governo nada fez, mantendo-se assim a possibilidade de encerramento de serviços do SNS, agora de forma ainda mais generalizada e dramática porque pode estender-se a todo o país", explica o BE em comunicado enviado à TSF.
Os bloquistas lembram que "foi num Governo do Partido Socialista, não há muitos anos, que se procedeu ao encerramento de várias maternidades e urgências, depois de também se ter encomendado um estudo a uma comissão técnica".
"É preocupante que a cada novo problema, a resposta dos Governos seja o encerramento de serviços e não o reforço do SNS, seja através do investimento em equipamentos, seja através da contratação e melhoria de condições de trabalho dos profissionais de saúde. Esse não é, certamente, o caminho que se deve defender para o Serviço Nacional de Saúde e não é o caminho que convém às populações. A falta de profissionais não se resolve com encerramentos. As carreiras não serão melhoradas com encerramentos. E, mais importante do que tudo, a prestação de cuidados à população não melhora quando se encerram serviços. Muito menos a acessibilidade", sustenta o grupo parlamentar do BE, sublinhando que é "fundamental que a Assembleia da República ouça o ministro da Saúde sobre este assunto porque é urgente que o Governo esclareça se concorda com as propostas de concentração e encerramento de serviços, se vai avançar com estas medidas e quais os serviços e populações que serão prejudicados com tal medida".
Perante os problemas existentes no funcionamento das urgências e dos blocos de partos, o BE relembra que o Governo "decidiu nomear uma Comissão de Acompanhamento que produzisse propostas para ultrapassar esses mesmos problemas".
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Entre as propostas dessa Comissão de Acompanhamento estará "a concentração de respostas na área da obstetrícia e ginecologia, o que representará o encerramento de alguns serviços em vários hospitais do país".
"O problema essencial é, por isso, a falta de profissionais e, acima de tudo, a falta de medidas para a captação, contratação e fixação de médicos especialistas e outros trabalhadores da saúde necessários para garantir o pleno funcionamento de maternidades e urgências", conclui o BE.