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António Costa diz que a maioria absoluta chegou em boa hora, com a incerteza externa que se vive na Europa, por causa da guerra na Ucrânia. O primeiro-ministro admite que o próximo ano "vai ser muito exigente", mas garante que a políticas socialistas "são o rumo certo".
A plateia, repleta de socialistas, não precisava de muito para ficar convencida com as palavras de António Costa, que apresentou o Orçamento do Estado a apoiantes e militantes e, talvez por isso, o primeiro-ministro, na pele de secretário-geral do PS, virou-se para a oposição.
"Quanto maior é a incerteza externa, maior é a confiança e a certeza que temos que incutir internamente. É, por isso, importante termos maioria, e termos reforçado esta maioria com um acordo de médio prazo com os parceiros sociais", disse.

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António Costa acrescentou que "a oposição não teve coragem de criticar", disse apenas que o Governo "não fazia mais do que a obrigação, mas, na verdade, a esquerda definiu o acordo "como borlas" aos patrões.
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O primeiro-ministro insistiu que os salários "vão subir acima da inflação", tal como as pensões, aproveitando para voltar a criticar a oposição "que está apenas preocupada com o aumento para 2024".
"Em 2024, faremos como sempre, e vamos aumentar as pensões", reforçou, continuando sem revelar qual o valor do aumento para daqui a dois anos.
O próximo ano "será difícil e exigente", com "grande parte das grandes economias europeias em recessão", daí os apoios do Governo para as empresas.
"As empresas tem de preservar o que é fundamental: sobreviverem e manterem postos de trabalho", numa política de aumento do emprego "que tem sido sucessiva desde 2015".
Sete anos depois de tomar posse como primeiro-ministro, António Costa diz que "as oposições já o podiam poupar", depois de o PS ter mostrado "que é possível apostar simultaneamente na melhoria dos rendimentos, no investimento e ter finanças públicas sãs".

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Antes do primeiro-ministro, falou o ministro do Ambiente e presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa do PS, Duarte Cordeiro, que definiu dois caminho: um com António Costa e outro com a direita, "que cortou salários e pensões".
"Agora aparecem com lágrimas de crocodilo a renegar o passado. Em quem é que os portugueses devem confiar mais? No PS ou na direita, que está à espreita que a vida pior para os portugueses?", questiona.
Depois da pergunta retórica, para a plateia socialista, Duarte Cordeiro foi mais longe: "A direita deseja que a vida pior para os portugueses".
Esta foi a primeira apresentação do Orçamento do Estado aos socialistas, em Lisboa, mas vai passar por todas as capitais de distrito durante as próximas semanas.