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O referendo do PSD sobre a eutanásia não foi admitido, esta quarta-feira, por Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República (AR). A decisão foi anunciada depois da reunião da conferência de líderes pela deputada Palmira Maciel, uma vez que "não existem alterações" em relação ao documento apresentado pelo Chega em junho.
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Os social-democratas vão recorrer da decisão em plenário. O PSD pretendia que o recurso fosse discutido já nesta quarta-feira, mas o presidente da AR lembrou que "ainda não há um despacho da sua decisão", pelo que aconselhou os deputados a "fazerem o favor de apresentarem o recurso para seguir o processo": primeiro com um parecer da primeira comissão e só depois com a votação em plenário.
A deputada do PSD Paula Cardoso defendeu-se das críticas, quanto à inconstitucionalidade do projeto, justificando com "a pergunta diferente" em relação à proposta do Chega, em junho deste ano, que acabou chumbada.

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Já o PS colocou-se ao lado de Augusto Santos Silva, numa "decisão que acompanham", com Eurico Brilhante Dias a garantir que o partido vai "votar contra todas as propostas para um referendo à eutanásia" quando "a circunstância se voltar a colocar".
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"É lamentável que, à da última hora e a despropósito, apenas para fogacho político, o o PPD/PSD e Luís Montenegro tenham tido esta iniciativa", criticou o socialista.
Por outro lado, André Ventura afirma que "tudo fará" para que o texto final da eutanásia não seja votado na sexta-feira, em votação final global, admitindo que "não é com projetos contra a Constituição que o vão conseguir", numa mensagem direta para o PSD.
André Ventura já tinha avisado, na terça-feira, que o projeto apresentado por Luís Montenegro não respeitava a Constituição já que, de acordo com o artigo 167, alínea 4 da Constituição, os projetos e as propostas de lei e de referendo definitivamente rejeitados não podem ser renovados na mesma sessão legislativa.

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Atualizado às 16h33