- Comentar
Enquanto se aguarda pelo início dos trabalhos da Comissão Eventual para a Revisão Constitucional e pelo entendimento de, pelo menos, dois terços dos deputados, existem três matérias que merecem a aprovação maioritária dos inquiridos desta sondagem: o acesso a metadados em caso de suspeita de crime grave, o confinamento obrigatório, mesmo sem estado de emergência, e que a identidade de género deve ser incluída entre os fatores de não discriminação.
Relacionados
Provedora de Justiça admite que revisão constitucional pode "resolver alguns problemas"
Mudanças na Constituição? PS contra mexidas no sistema eleitoral e no mandato do PR
Revisão constitucional. José Silvano substitui Pinto Moreira na presidência da comissão
Todos estes assuntos merecem o acordo de mais de metade dos inquiridos.
Ouça aqui as explicações
Por partes, 59% concordam que, em caso de suspeita de crime grave ou salvaguarda da segurança nacional, depois da autorização judicial, pode existir o acesso a dados sobre as comunicações. Não se trata de aceder ao conteúdo das conversas, mas o momento, local em que aconteceram e entre que números. Apenas 15% estão contra.
Já na questão do confinamento obrigatório por razões de saúde que levantou o debate antes do estado de emergência ser declarado, também não levanta reservas à maioria dos inquiridos (54%). Contra está um quinto dos inquiridos (21%) que contesta o confinamento fora do estado de emergência.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias

© Infografia JN
Entre as propostas em debate está ainda a inclusão da identidade de género como fator de não discriminação, ideia apoiada por 53% dos inquiridos e que conta com a oposição de 18%.
Menos certezas envolvem as questões sobre o voto de estrangeiros em Portugal e a possibilidade de um mandato único mais longo para o Presidente da República.
Questionados sobre se deve ser concedido o direito ao voto a estrangeiros residentes em Portugal, como já acontece com os cidadãos brasileiros com cartão de cidadão, 40% apoiam, 33% estão contra. Sendo que os mais críticos estão entre os eleitores do Chega e do CDS.
Já sobre um único mandato de sete anos para o Presidente, ao contrário dos atuais dois de cinco, são mais os votos contra: 40%, enquanto 32% estão a favor.
Finalmente, quase metade dos inquiridos rejeita que se possa votar a partir dos 16 anos. Tem sido uma das soluções apontadas para tentar reduzir a abstenção, mas é reprovada por 47%, merecendo o acordo de 28%. É um assunto que divide até os eleitores mais jovens, com vantagem para o não.
Ficha técnica
A sondagem foi realizada pela Aximage para a TSF, JN e DN com o objetivo de avaliar a opinião dos Portugueses sobre temas relacionados com a revisão constitucional. O trabalho de campo decorreu entre os dias 25 e 30 de novembro
Foram recolhidas 800 entrevistas entre maiores de dezoito anos residentes em Portugal. Foi feita uma amostragem por quotas, com sexo, idade e região, a partir do universo conhecido, reequilibrada por sexo e escolaridade. À amostra de entrevistas, corresponde um grau de confiança de 95% com uma margem de erro de 3,46%. A responsabilidade do estudo é da Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direção técnica de Ana Carla Basílio.