- Comentar
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, disse esta segunda-feira que as contas sobre a atualização das pensões enviadas para o Parlamento "são transparentes", respondendo assim a críticas do BE que considerou os cálculos "uma aldrabice".
Relacionados
"Absolutamente inaceitável." Cálculos das pensões do Governo "são uma profunda aldrabice"
Subida automática das pensões em 2023? Contas chegariam ao vermelho cinco anos mais cedo
Ana Mendes Godinho falava aos jornalistas, em Cascais, à margem de uma conferência onde participou durante a tarde, depois de a coordenadora do BE, Catarina Martins, ter afirmado que os cálculos sobre a atualização das pensões enviados para o Parlamento "são uma profunda aldrabice".
"Apresentámos as contas que foram feitas pelo gabinete de estudos e planeamento do ministério [...] e está à vista de todos que foi feito por um organismo público e as contas são transparentes", disse a governante.

Leia também:
Pensões mais baixas não terão aumento extraordinário em 2023
Segundo acrescentou, as contas enviadas para o Parlamento sobre a atualização das pensões "demonstram que as opções que o Governo tem tomado são sempre opções com base em responsabilidade e em prudência" para garantir "a confiança dos pensionistas atuais" mas também a sustentabilidade do sistema.
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
A projeção feita pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) teve em consideração uma atualização das pensões em 2023 "entre 7,10 e 8%", o que "anteciparia os primeiros anos de défice do sistema de Segurança Social" em meia década e, por outro lado, retiraria 13 anos de vida ao sistema, referiu a ministra.
Ana Mendes Godinho referiu que o BE também já tinha discordado antes das contas feitas pelo mesmo organismo sobre o impacto das propostas do partido na Segurança Social, no âmbito do OE2021.
"Pelos vistos, o BE tradicionalmente não concorda com as contas feitas pelo gabinete de estudos", rematou a governante.
Questionada também sobre como vai ser atualizado em 2023 o Indexante dos Apoios Sociais (IAS), que define valores de várias prestações sociais, a ministra apenas indicou que "será decidido em função da evolução da situação".
Já sobre a atualização das pensões em 2024, Ana Mendes Godinho disse que o Governo preferiu "não tomar decisões precipitadas", indicando que a situação está a ser avaliada "com base em informação sustentada" pela comissão para a diversificação das fontes de financiamento e sustentabilidade da Segurança Social.
A ministra falava em Cascais, depois de ter encerrado a cerimónia de apresentação do programa "Comunidades Inclusivas", promovido pela GreenVolt, que visa apoiar 250 mil pessoas até 2030 a obterem energia limpa mais barata, através de uma parceria com entidades do setor social que poderão ter acesso a condições especiais para constituírem comunidades de energia.
A coordenadora do BE considerou hoje que os cálculos das pensões que o Governo enviou ao Parlamento "são uma profunda aldrabice", pelo que o partido vai requerer a audição do Grupo de Estudos e Planeamento da Segurança Social.
"Acho absolutamente inaceitável que o Governo tenha dito que precisava de cortar na evolução das pensões sem nunca mostrar cálculos. E depois de o BE exigir esses cálculos, ter mandado um documento para a Assembleia da República que é ele, também, mais um truque, mais uma aldrabice", acusou Catarina Martins, no Fundão, Castelo Branco.