Contratação de Sérgio Figueiredo põe em causa "credibilidade da imprensa"

Líder da bancada parlamenta da Iniciativa Liberal aponta o dedo ao que diz ser um ciclo vicioso.

Rodrigo Saraiva, líder da bancada parlamentar da Iniciativa Liberal, afirma que a contratação de Sérgio Figueiredo para o Ministério das Finanças coloca em causa a credibilidade da comunicação social e aponta o dedo ao que diz ser um ciclo vicioso.

"O Partido Socialista pode achar que é um ciclo virtuoso, mas aquilo que fica bem patente é que é um ciclo vicioso em que temos um comentador contratado a contratar o então contratador. Isto leva a uma questão que é essencial naquilo que são democracias liberais. A imprensa é, de facto, o quarto poder e deve estar liberta de relações de proximidade e a questão que se coloca agora é que esta proximidade que existe entre Sérgio Figueiredo e o governo socialista coloca em causa a credibilidade da imprensa. E quando se coloca em causa a credibilidade da imprensa surge um problema para aquilo que é o Estado de direito e a democracia liberal", explicou à TSF Rodrigo Saraiva.

O jornal Público noticia esta terça-feira que o Ministério das Finanças contratou o antigo diretor de informação da TVI e ex-administrador da Fundação EDP Sérgio Figueiredo como consultor estratégico para fazer a avaliação e monitorização do impacto das políticas públicas.

Segundo o jornal, o contrato em questão é por ajuste direto e Sérgio Figueiredo irá auferir um ordenado ilíquido equivalente ao vencimento mensal de um ministro, correspondendo a 4.767 euros. Sérgio Figueiredo terá começado a desempenhar as suas funções a 29 de julho.

Ao Público, o ministério tutelado por Fernando Medina confirmou a contratação de Sérgio Figueiredo, afirmando que o antigo jornalista irá "prestar serviços de consultoria no desenho, implementação e acompanhamento de políticas públicas, incluindo a auscultação de partes interessadas na economia portuguesa e a avaliação e monitorização dessas mesmas políticas".

O Público avança ainda que o contrato de Sérgio Figueiredo terá uma duração de dois anos e o antigo jornalista irá "ajudar a conceber e desenhar as políticas públicas do ministério de Fernando Medina, mas também monitorizar a sua execução e a perceção, em tempo real, que têm delas as partes interessadas".

Nascido em 1966, Sérgio Figueiredo já foi diretor do Diário Económico e do Jornal de Negócios, tendo também trabalhado para o canal televisivo RTP2. Entre 2007 e 2014 foi diretor da Fundação EDP e, entre 2015 e 2020, foi diretor de informação da TVI.

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