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O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, defendeu esta quinta-feira que a saída de Portugal da lista de países seguros do Reino Unido não é correta, nem fundamentada por razões objetivas.
"Não é uma decisão correta, que seja fundamentada por razões objetivas de controlo da doença. O Reino Unido não cumpre o critério que definiu para a quarentena dos visitantes", afirmou Siza Vieira, que falava aos jornalistas à margem da inauguração da nova sede da Auchan Retail Portugal, em Paço de Arcos, distrito de Lisboa.
O governante lembrou ainda que a União Europeia definiu que os países não devem aplicar "restrições à circulação" dos cidadãos dentro do espaço europeu.

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Por outro lado, Siza Vieira notou que os operadores económicos e turísticos vão ter um ano ainda mais difícil na sequência desta decisão.
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"Para os cidadãos britânicos, também não tem qualquer fundamento. Uma pessoa que possa estar em férias em Portugal ou em negócios, de repente é confrontado com esta decisão", exemplificou.
O Governo britânico retirou Portugal da lista de países seguros, com exceção das regiões da Madeira e Açores, e a partir de sábado obriga a cumprir uma quarentena de duas semanas ao chegar ao Reino Unido, foi hoje anunciado.

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"Através de informação aperfeiçoada, agora temos a capacidade de avaliar ilhas separadas dos seus países continentais. Se chegar a Inglaterra vindo dos Açores ou Madeira, não precisará de se isolar por 14 dias", escreveu o ministro dos Transportes, Grant Shapps, na rede social Twitter.
De acordo com o ministro, a medida, que também afeta a Hungria, Polinésia Francesa e ilha da Reunião, entra em vigor às 04h00 de sábado em Inglaterra.
A Escócia já tinha excluído Portugal da sua lista de "corredores internacionais" a partir de 05 de setembro, enquanto o País de Gales aplicou restrições um dia antes, mas manteve a Madeira e Açores isentos de quarentena.
Grant Shapps acrescentou que a Suécia vai passar a estar isenta de quarentena.
Portugal só foi incluído na lista dos países com "corredores de viagem" com o Reino Unido há três semanas, em 20 de agosto, porém o aumento contínuo do número de casos de infeção em Portugal terá pesado na decisão, que era esperada na semana passada, quando ultrapassou o nível de 20 casos por 100 mil habitantes.
Na altura, Shapps alegou que não excluiu Portugal devido à "taxa de positividade" em declínio.
Portugal contabiliza pelo menos 1.852 mortos associados à Covid-19 em 62.126 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O índice de transmissibilidade efetivo (Rt) encontra-se atualmente nos 1,12, um valor considerado de risco.
A situação epidemiológica de Covid-19 em Portugal agravou-se desde meados de agosto, de acordo com um estudo da Direção-Geral da Saúde (DGS) e Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), tendo sido registadas 3.909 novas infeções entre 17 e 30 de agosto.