Correia da Silva abre a porta aos dissidentes e promete "dar voz" ao CDS fora do Parlamento

O candidato admite que Mesquita Nunes e Pires de Lima "fazem falta" ao CDS.

Nuno Correia da Silva promete "fazer de tudo" para que o dissidentes do CDS regressem ao partido, depois da cisão com a atual direção. O centrista junta-se a Nuno Melo e Miguel Mattos Chaves na corrida à liderança do CDS, é o segundo elemento da atual direção a apresentar uma candidatura.

O ainda vogal de Francisco Rodrigues dos Santos promete um partido a marcar a agenda e com voz, mesmo fora da Assembleia da República (AR). Em entrevista à TSF, Nuno Correia da Silva defende que todos fazem falta no partido: "há espaço para Adolfo Mesquita Nunes e Pires de Lima".

"Temos de ter um partido que acrescenta, não que subtrai. Um partido que recupere os seus valores e os seus quadros, farei tudo nesse sentido. Creio que todos os que saíram fazem falta e, portanto, é uma candidatura com um objetivo muito claro: agregadora e de espírito construtivo", diz.

O candidato admite que nem tudo foi mau no mandato de Francisco Rodrigues dos Santos, e lembra que quando o atual presidente chegou ao partido, "já o partido estava mal".

Nuno Correia da Silva é o último a apresentar a candidatura ao CDS, já depois do eurodeputado Nuno Melo e do também membro da direção Miguel Mattos Chaves. Ainda assim, o centrista explica à TSF "que não é candidato contra ninguém".

"Esta é uma candidatura alternativa, mas não é de oposição a ninguém. Não é de ajuste de contas de coisa alguma", garante.

Para o candidato, "o país está refém das propostas da esquerda" e o CDS deve voltar a marcar a agenda da direita social, apesar de ter "perdido as suas fronteiras".

"As fronteiras no partido têm-se esbatido, em relação aos mais próximos, principalmente, para o PSD. Estivemos coligados, e participámos num Governo que adotou políticas que não foram escolhidas por si, mas pela troika, que foi chamada pelo PS", atira.

Nuno Correia da Silva acrescenta que o partido está "desgastado", a "pagar a fatura" por ter aprovado medidas "impopulares" que faziam parte do seu programa político.

O CDS perdeu a representação parlamentar nas eleições legislativas, passando de cinco para zero deputados eleitos. Ainda assim, mesmo sem palco na AR, Nuno Correia da Silva recusa que o partido "perca a voz".

"Não temos deputados na AR, mas vamos ter um partido presente no terreno. Não temos representantes do povo na AR, mas vamos ter representantes do povo junto das pessoas. Estarei presente em todo o lado, e o partido não perderá a sua voz", reforça.

Na moção "Liberdade", Nuno Correia da Silva considera que o CDS-PP "terá de se afirmar autonomamente, marcar as suas fronteiras políticas e o seu território eleitoral" e voltar a adotar a designação Partido Popular.

Correia da Silva tem 55 anos e foi líder da Juventude Centrista, deputado entre 1995 e 1999, e saiu do CDS em 2003 com Manuel Monteiro para o partido Nova Democracia.

O agora candidato foi cabeça de lista pelo PPM em Lisboa em 2013, tendo regressado ao CDS em 2016.

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