Costa afirma que é momento de "abrir outros ciclos" nas Forças Armadas

Num discurso sobre a presença militar portuguesa no Afeganistão - com o sublinhado de que é preciso tirar ilações do modo como foi feita, pela NATO, a retirada -, o primeiro-ministro mencionou a existência de novos desafios para as Forças Armadas.

O primeiro-ministro, António Costa, assinalou, esta manhã, que é momento de abrir "outros ciclos" nas Forças Armadas e lembrou que é preciso retirar ilações do modo como as tropas da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) recentemente se retiraram do Afeganistão.

Esta quarta-feira, na cerimónia de receção do Estandarte Nacional da 6.ª Força Nacional Destacada no Afeganistão, o primeiro-ministro recordou a "importante missão" desempenhada pelas forças portuguesas no aeroporto de Cabul.

António Costa elogiou a "disponibilidade e prontidão" com que um "pequeno grupo de militares portugueses" assegurou proteção internacional "às cidadãs e cidadãos afegãos que querem viver em paz, democracia e respeito pelos direitos humanos", ajudando a sair do país aqueles que colaboraram com Portugal e a NATO, no final do último mês de agosto.

Destacando a "generosidade e o espírito de entrega" dos militares portugueses, o primeiro-ministro frisou o orgulho sentido pelos portugueses quanto à forma como a missão foi "exemplarmente cumprida".

Houve, no entanto, lugar para palavras menos positivas, também, no discurso de António Costa: "A NATO e os Estados que a integram têm muito a refletir sobre os resultados alcançados após duas décadas de presença no Afeganistão", referiu, acrescentando que é preciso retirar "ilações e consequências" do modo como foi executada a operação de retirada do país.

O primeiro-ministro concluiu lembrando que é importante que os portugueses e os aliados de Portugal saibam que "podem continuar a contar com as Forças Armadas", ressaltando que chega agora "um momento em que outros ciclos se abrem e novos desafios se adivinham".

Fora do discurso ficou qualquer referência direta à polémica da exoneração do almirante António Mendes Calado do cargo de Chefe do Estado-Maior da Armada e à hipótese de nomear para o cargo o coordenador da task force para o plano de vacinação contra a Covid-19 em Portugal, o vice-almirante Gouveia e Melo.

Mendes Calado, o almirante agora afastado do cargo, tinha sido muito crítico do modelo de reorganização da estrutura de comando das Forças Armadas, previsto nas alterações à Lei de Defesa Nacional. O modelo prevê o reforço do poder do Chefe do Estado-Maior General, o que mereceu sérias críticas dos chefes dos três ramos militares.

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