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O primeiro-ministro avisou esta sexta-feira que as obras para a extensão do metropolitano de Lisboa a Alcântara têm de cumprir o calendário do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), estando concluídas até 31 de dezembro de 2026.
Esta advertência foi transmitida por António Costa na sessão comemorativa dos 75 anos do Metropolitano de Lisboa, no Terreiro do Paço, com a presença do presidente da Câmara, Carlos Moedas, e do ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro.
Antes do ato simbólico do lançamento do concurso público para a extensão da linha vermelha do metro, entre a atual estação de São Sebastião e a futura estação terminal de Alcântara, o líder do executivo salientou a importância do cumprimento dos prazos inerentes ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
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"No âmbito e no calendário do PRR, esta obra ou está concluída até às 24 horas do dia 31 de dezembro de 2026, ou então teremos um sério problema para pagar esta obra. Como não queremos problemas, só temos uma coisa a fazer: Cumprir este calendário", reforçou.
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António Costa, que foi presidente da Câmara de Lisboa entre 2007 e 2015, referiu que "foi sempre ficando para trás" a existência de um serviço de metro na zona ocidental da cidade.
"Havia razões compreensíveis para isso, porque é mais difícil trabalhar num centro urbano já consolidado, é mais difícil vencer obstáculos físicos como o Vale de Alcântara e é mais difícil lidar com realidades geológicas complexas como o subsolo hidrológico", apontou.

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Depois, com Carlos Moedas a ouvi-lo, acentuou esta mensagem: "Finalmente, por decisão do Governo, a zona ocidental da cidade vai ser servida pelo metropolitano. É esse concurso que estamos hoje aqui a lançar para que no âmbito e no calendário do PRR esta obra seja realizada".
O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, admite que as obras vão dificultar a vida dos lisboetas.
"Trará incómodos aos cidadãos de Lisboa, como todos os grandes projetos, mas serão largamente superados pelos benefícios ambientais que temos pela frente", reconheceu Duarte Cordeiro.
No entanto, o responsável pela pasta do Ambiente não tem dúvidas das vantagens.
"Prevê-se que capte, por ano, mais 25 milhões de passageiros e que evite dois milhões de viagens de automóvel e uma emissão de 24 mil toneladas de dióxido de carbono", explicou o ministro do Ambiente.
Já Carlos Moedas, o autarca de Lisboa, sublinha que as obras vão implicar um trabalho de cooperação entre o metro, o Governo e a câmara. Por isso, aproveitou para fazer um pedido a António Costa.
"Que o primeiro-ministro possa considerar, no curto prazo, a possibilidade de algo que penso que é essencial nesta nossa relação: a existência de um representante da Câmara Municipal de Lisboa no executivo da administração do Metro de Lisboa", pediu Carlos Moedas.