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O primeiro-ministro assegura que a estratégia de combate à corrupção não vai ser apenas um plano no papel, mas sim uma realidade, com mais agentes e meios tecnológicos para fazer frente ao crime económico. No dia internacional contra a corrupção, António Costa foi à sede da Polícia Judiciária (PJ) sublinhar que o crime não compensa.
Numa cerimónia que contou com a ministra da Justiça e da Administração Interna, Francisca Van Dunem, António Costa começou por referir que a "corrupção mina a democracia e agrava as desigualdades". As consequências começam pela falta de confiança dos cidadãos nas instituições.
O primeiro-ministro destacou a estratégia do Governo para fazer frente à corrupção, e assegurou que o país vai contar com mais agentes e um reforço de meios para combater os crimes, e comparou a criminalidade económica com o excesso de velocidades nas estradas.

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"A velocidade é mais moderada quando há um aviso de um radar e mais modera fica quando a multa é cobrada", acrescentando que "é assim também na criminalidade económico-financeira". O primeiro-ministro afirmou, por isso, que cometer crimes não compensa.
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"A ideia de que há um certo tipo de crime que é impune, é intolerável do ponto de vista democrático, social, intolerável quanto à competitividade económica. E inaceitável do ponto de vista ético", defendeu.
Não há prisão perpétua em Portugal, e a reinserção é um direito de todos, mas "a democracia não aceita" que os condenados por corrupção voltem a exercer altos cargos públicos.
"É eticamente inaceitável que mesmo após o cumprimento de uma pena, e sem que um longo período decorra, quem tenha sido condenado por um crime de corrupção possa exercer as mesmas funções que exercia. A sociedade não compreende, e a democracia não pode aceitar", sustentou.
Com o aumento da criminalidade informática, António Costa assegura que também a Justiça pode utilizar "as armas dos criminosos" para combater a corrupção, com recurso às tecnologias informáticas e à inteligência artificial.
"Tudo isso é um novo arsenal de que os criminosos dispõe, mas que as autoridades também têm de dispor", disse, acrescentando que o Governo tem 21 milhões de euros para investir nas tecnologias da PJ.
António Costa assegurou ainda que a estratégia de combate à corrupção, aprovada no Parlamento, "não vai ser mais uma estratégia nacional", mas sim uma realidade, com mais agentes e mais recursos.

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