Cotrim de Figueiredo pede a Costa que "se habitue" e responde aos críticos internos

António Costa, "habitue-se": a Iniciativa Liberal faz "a verdadeira oposição", e quer "irritar" o Governo, diz Cotrim Figueiredo.

Na despedida como presidente da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo passou em revista os três anos de liderança e não deixou nada por dizer: desde a resposta aos críticos internos às polémicas em torno do Governo. "Habitue-se" é a mensagem de Cotrim para António Costa.

Ainda assim, Cotrim de Figueiredo assume "que nem tudo correu bem" durante o seu mandato, embora rejeite as críticas do antigo candidato presidencial Tiago Mayan Gonçalves, que acusou a comissão executiva de "mais parecer o comité central do PCP".

"Chamaram-me autocrático, quando na realidade estimulei, encorajei e dei oportunidades a todos os que mostraram estar focados na luta pelo crescimento da iniciativa liberal e não em objetivos pessoais. Disseram que fui cabecilha de um comité central, eu! Cabecilha de um comité central!", ironizou.

Sobre o apoio a Rui Rocha, Cotrim de Figueiredo lembra que "é a única pessoa que viveu na pelo o que é preciso para ser presidente", e os seus direitos "não ficam diminuídos" por ser presidente.

"A todas essas críticas e a todos esses críticos posso dizer aqui olhos nos olhos, que tudo, mesmo tudo, o que fiz não foi para meu proveito ou conveniência, mas sempre e exclusivamente para o bem da iniciativa liberal. Não sei se todos os críticos podem dizer o mesmo", atira, numa mensagem que parece dirigida a Carla Castro.

João Cotrim de Figueiredo assume que a IL faz "a verdadeira oposição" ao Governo e continuará a dar motivos ao primeiro-ministro "para se irritar", recordando até as palavras do primeiro-ministro, que sugeriu à oposição "que se habitue" à sua liderança até 2026.

"Habitue-se" à IL, atira, na resposta, João Cotrim de Figueiredo.

A IL "afirmou-se a bem de Portugal", mas deve continuar a crescer "para obter resultados que não existiriam" sem o partido. Cotrim de Figueiredo destaca, de resto, que a IL "foi o único partido a falar na necessidade de crescimento económico".

"Durante a pandemia, a iniciativa liberal esteve quase sempre sozinha na oposição aos decretos do estado de emergência. Sem a il não teria havido vozes que resistissem às restrições injustificadas e desproporcionais às nossas liberdades individuais, conforme aliás o tribunal constitucional veio a confirmar mais tarde. A iniciativa liberal fez a diferença", diz.

O processo de revisão constitucional "começou a má hora", criticando a posição do PS e PSD que embarcar pelo único motivo de que querem dar cobertura constitucional aos confinamentos compulsivos de pessoas infetados e utilização abusiva de metadados para efeitos de investigação criminal".

Cotrim de Figueiredo critica o Governo "por não reduzir impostos", falando ainda no "enterro de 3,2 mil milhões de euros na TAP".

"É o total desnorte do que se passa na TAP. É um chorrilho de incompetência", atira.

Centrando-se nas polémicas em torno do Governo, João Cotrim de Figueiredo lembrou Pedro Nuno Santos, que "saiu com o rabo entre as pernas", deixando ainda reparos a Fernando Medina "que nunca sabe de nada".

"Agora não sabe como é que um ex autarca de Castelo Branco é capaz de fiscalizar obras em Lisboa. No entanto, está numa boa posição para suceder a António Costa, que também nunca sabe de nada e está sempre a sacudir a água do capote", critica.

Cotrim de Figueiredo diz ainda que António Costa "não tem qualquer sentido de Estado", com um governo "em evidente desagregação".

"E foi toda esta sucessão de incompetências, políticas erradas, falta de coragem para fazer reformas e o contínuo degradar do ambiente político que nos levou a dizer basta, isto já é demais, este governo não será capaz de se regenerar e a apresentar há 15 dias uma moção de censura", acrescenta.

O ainda líder do partido salientou o crescimento da IL, principalmente, desde que chegaram ao Parlamento, e "aos tudólogos do cinismo", Cotrim deixou uma mensagem: "Olhem para nós e digam lá agora que não há cada vez mais liberais em Portugal".

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