Da luta de ideologias, à guerra de casos e à troca de "mimos", entre Marisa Matias e André Ventura

Marisa Matias e André Ventura protagonizaram-se um dos debates mais aguerridos entre candidatos à presidência da república. "Hipocrisia, vigarista e troca-tintas" foram apenas algumas das palavras escutadas.

André Ventura deu o tiro de partida e não perdeu tempo. Questionou Marisa Matias. Insistiu em saber junto da candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda, se um dia a direita quiser formar governo, com uma aliança entre PSD e Chega, o que faria? Marisa já havia dito que se for eleita chefe de Estado, esta é uma carta fora do baralho democrático, em Portugal.

"Esta é uma candidatura com um lógica irresponsável. Se isso acontecer o que vai fazer Marisa?"

Nem uma vírgula mais mais, nem a menos, Marisa Matias reiterou o que pensa e o que defende. Colando André Ventura a um movimento de extrema-direita, como aquele que ontem invadiu o Capitólio, em Washington, nos Estados Unidos, a adversária do candidato apoiado pelo Chega respondeu "que nunca o faria. Defendia a Constituição".

Com a troca de argumentos a subir de tom, os dois candidatos extremaram o campo político um do outro. Marisa Matias sublinhou que André Ventura "não protege o cidadão comum, nem os serviços do Estado, como o SNS ou a escola pública".

Ventura, na resposta, afirmou que se há partido que pauta a sua actuação com tiques de extrema, neste caso esquerda, é o BE.

"É contra tudo o que é privado. É uma insanidade democrática".

Com interrupções de ambas as partes, a discussão continuou em ritmo ascendente. Depois de apontar a intenção de criar uma taxa única de IRS, Marisa Matias destrava o discurso.

"Você é um candidato que não diz uma palavra sobre o poder económico. É cobarde, troca-tintas e vigarista".

Munido de recortes de várias notícias que envolvem os nomes de Marisa Matias e do Bloco de Esquerda, sobre faltas nas comissões parlamentares ou a moeda única, André Ventura devolveu tudo o que lhe foi atirado.

"Se há aqui um vigarista está nesse lado da mesa. O Bloco de Esquerda tem uma enorme cegueira ideológica. Impediu redução das listas de espera nos hospitais, por não concordar com encaminhamento de doentes para os hospitais privados. O troca-tintas é o Bloco de Esquerda".

Até ao final foi um desenrolar de críticas e ataques consecutivos. André Ventura concluiu que Marisa Matias não preparou o trabalho de casa, "sabia que vinha debater comigo e não como o Rato Mickey". O relógio aproxima-se do limite de tempo destinado a mais um debate. Marisa Matias tem, ainda, tempo, para atacar Ventura, "que aplaudiu negociatas do PSD com os presidente da Venezuela".

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