Debandada no PAN? Inês de Sousa Real fala em "triste espetáculo"

Inês de Sousa Real lembra, em declarações à TSF, que a proposta de não realizar o congresso foi votada "por larga maioria". A demissão resulta de uma "concertação entre André Silva e Nélson Silva".

Inês de Sousa Real reagiu, esta tarde, à demissão de alguns Membros da Comissão Política Nacional do PAN. Os demissionários alegaram, num comunicado, "fuga à responsabilidade", depois de, em comissão, a proposta para realizar um Congresso Eletivo Extraordinário ter sido chumbada. O objetivo era discutir o resultado eleitoral do partido e aprovar novos estatutos.

A porta-voz do PAN justifica à TSF que a proposta de ouvir as bases do partido, ao invés de agendar um congresso, foi aprovada por larga maioria no congresso, realizado no passado domingo. Para Inês de Sousa Real "não faz sentido estar a contestar uma decisão que foi uma decisão legítima da maioria da comissão politica nacional".

Este domingo, a direção de Inês de Sousa Real tinha remetido a eventual realização de um congresso para depois de uma auscultação das bases do partido, que deve ocorrer nos próximos meses.

"É uma decisão mais aberta do que estarmos num congresso, com representantes dos filiados, em que estes estão arredados de terem uma palavra a dizer, de se pronunciarem da análise estratégica do mau resultado do partido", afirma. A porta-voz do partido considera que, desta forma, há uma "verdadeira proximidade e democraticidade interna".

Inês de Sousa Real chamou à conversa André Silva, antigo líder do PAN, para dizer que "há uma concertação" nesta demissão com Nélson Silva. O antigo deputado do partido, que não foi eleito nas últimas legislativas, faz parte da lista de demissionários. A porta-voz do PAN acrescenta que o partido não se pode governar com "agendas pessoais".

Nélson Silva, em declarações à TSF, acusou a direção de "fugir às responsabilidades" e de haver "receio de escrutínio".

O resultado eleitoral conseguido nas últimas legislativas tem agitado as águas do PAN. Inês de Sousa Real já acusou, em entrevista à Rádio Observador, André Silva de "oportunismo". Já antes, num artigo no Jornal Público, o antigo líder do partido, tinha deixado críticas à atual direção.

O PAN passou nas últimas eleições legislativas a ter apenas uma representante parlamentar, Inês de Sousa Real. Obteve uma votação de 1,53%, apenas um mandato, em comparação com os 3,32%, de 2019, ano em que conseguiu quatro mandatos. Baixou de quarta para sexta força política.

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