Derrapagem nos comícios leva PS a triplicar défice de campanha

Despesas acima do previsto fazem dos socialistas o partido com contas mais desequilibradas nas últimas legislativas.

Foi de longe o partido mais votado - e por isso com maior subvenção do Estado -, mas o Partido Socialista teve mais 366 mil euros de despesas com a última campanha eleitoral para as legislativas do que receitas, triplicando o défice na comparação com a anterior campanha de 2015.

As contas finais das campanhas dos vários partidos, para as eleições realizadas em outubro de 2019 só foram agora publicadas e mostram um cenário muito diferente conforme a força política, havendo algumas com saldos positivos e outras que gastaram mais do que aquilo que receberam.
O PS volta a ser de longe o que mais gasta e o que mais recebe, mas também o que mais perde: 2,954 milhões de euros de despesas contra 2,588 milhões de despesas, num saldo negativo de 366 mil euros, o triplo dos 115 mil euros das eleições de 2015 e incomparavelmente mais que os 320 euros de 2011.

Menos receitas e, sobretudo, mais despesas

Os socialistas tiveram menos receitas do que aquilo que tinham orçamentado no início da campanha (-178 mil euros), mas aquilo que mais derrapou foi a despesa que ficou 544 mil euros acima do previsto.

Dentro da rubrica "despesas" a maior derrapagem foi no ponto "comícios, espetáculos e caravanas" com mais 877 mil euros que o orçamentado, sendo nesta rubrica, aliás, que o PS teve metade das despesas na última campanha.

Recorde-se que os socialistas são, há vários anos, o partido com maior passivo, registando no final de 2019 um ativo de 16,1 milhões de euros que não chega para cobrir o passivo de 19,9 milhões.

As contas dos outros partidos

Depois dos socialistas segue-se o Chega na lista dos partidos que tiveram saldos negativos com as últimas legislativas, num saldo negativo de 22 mil euros - quase 27 mil euros de receitas e apenas 3 mil euros de receitas.

Ainda do lado dos partidos com défice, segue-se o PSD, mas aqui as perdas são ligeiras - cerca de 2.500 euros.

Pelo contrário, a Iniciativa Liberal, que tal como o Chega também abdicou da subvenção pública (receita que é, com enorme vantagem, a maior receita dos outros partidos com lugar no Parlamento), teve um resultado positivo de 539 euros com a campanha para as legislativas.

Um resultado positivo que também é apresentado pelo CDS-PP, mas, neste caso, com valores muito mais expressivos (180 mil euros) fruto, em grande medida, de uma contribuição para a campanha feita pelo próprio partido.

Finalmente, BE, CDU, PAN e Livre têm as contas da campanha para as legislativas totalmente equilibradas, ou seja, com o mesmo volume de receitas e de despesas, num saldo final de zero euros conseguido, quase sempre, com transferências dos próprios partidos para as campanhas, à excepção do PAN que cobriu praticamente quase todas as despesas que teve com a subvenção pública.

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