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Nos últimos três anos foram demitidos ou aposentados 107 elementos das forças de segurança por comportamentos lesivos dos valores fundamentais do Estado de Direito. O ministro da Administração Interna foi chamado à Assembleia da República para responder aos alegados casos de racismo na PSP e na GNR.
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O Bloco de Esquerda, o PCP, o PAN e o Livre chamaram o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, ao Parlamento depois de revelados os casos de racismo nas forças de segurança, numa investigação do consórcio português de jornalismo de investigação.
O ministro volta a reafirmar a confiança na PSP e da GNR, pede que não se confunda a parte como um todo, lembrando que está em curso "o Plano de Prevenção de Manifestações de Discriminação nas Forças e Serviços de Segurança", aprovado em março de 2021.
"Entre 2019 e novembro de 2022 foram demitidos, aposentados compulsivamente e separados do serviço 107 elementos da PSP e da GNR. Entre estes, 36 elementos foram demitidos, aposentados compulsivamente e separados do serviço entre maio e novembro deste ano", revelou.
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O ministério já pediu a abertura de um inquérito à IGAI para investigar os 600 elementos das forças de segurança envolvidos em atos racistas. José Luís Carneiro pede que o inquérito seja "célere e profundo".
"O inquérito deve ser consequente, razão pela qual se atribuiu caráter prioritário ao inquérito que deve ser tão célere, tão amplo e tão profundo quanto possível. A questão que se coloca é a de saber o que sido feito pelas instituições e se, em função dos compromissos e do trabalho feito mais há que fazer para aperfeiçoar as práticas, atitudes e comportamentos individuais", explicou.
José Luís Carneiro avisou ainda as chefias das forças de segurança que "só uma atitude de permanente exigência, de rigor e de exemplo das lideranças" vai impedir "que as atitudes, refletidas ou irrefletidas de alguns" coloquem em causa a imagem da PSP e da GNR.