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A operação "Tempestade Perfeita" levou à detenção de três altos quadros da Defesa, um deles é Alberto Coelho, que chegou a ser elogiado por João Gomes Cravinho, atual ministro dos Negócios Estrangeiros e antigo ministro da Defesa, na Assembleia da República. Confrontado com a detenção, o ministro diz que apenas quer "que se esclareça tudo" e garante que já acompanhava o caso enquanto era responsável pela pasta da Defesa.
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"Enviei os materiais para a Inspeção-Geral da Defesa Nacional, Tribunal de Contas e Procuradoria-Geral da República. Agora é simplesmente a justiça a fazer o seu trabalho. Desejo que se esclareça tudo o que há a esclarecer", afirmou Gomes Cravinho.
Questionado sobre se a situação o fragilizava, o agora responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros sublinhou que, num Estado de direito, é importante que as instituições funcionem no momento certo.

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"Este é o momento da justiça", acrescentou o ministro.
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A Operação "Tempestade Perfeita" desencadeada esta quarta-feira pela Polícia Judiciária (PJ), em coordenação com o Ministério Público (MP), resultou em cinco detenções, entre as quais três altos quadros da Defesa e dois empresários, num total de 19 arguidos.
Fonte ligada à investigação confirmou à Lusa que o ex-diretor-geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) Alberto Coelho, o diretor de Serviços de Infraestruturas e Património, Francisco Marques, e o ex-diretor da Gestão Financeira do Ministério da Defesa Nacional Paulo Branco são os três altos quadros da Defesa detidos pelas autoridades.
Liderada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ e pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, a operação - que decorreu ainda no Porto, Alter do Chão, Almada e Comporta - executou 59 mandados de busca (29 buscas domiciliárias e 30 não domiciliárias), visando "a recolha de elementos probatórios complementares e relacionados com suspeitas de práticas criminosas no exercício de funções públicas".
Na sequência da operação efetuada esta terça-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que se deve aguardar o resultado da investigação que envolve o Ministério da Defesa Nacional "serenamente, sem formular juízos prévios".