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A Comissão Política Distrital do CDS-PP de Castelo Branco não vai participar na campanha eleitoral para as legislativas de 30 de janeiro por não estar representada nas listas do partido. Na TSF, o presidente da distrital, André Reis, assinalou que o órgão a que preside foi confrontado, "a 24 horas do Conselho Nacional", com o "facto consumado de que Maria Inês Moreira tinha sido escolhida para encabeçar a lista de Castelo Branco", um nome que os albicastrenses não tinham indicado.
Com esta informação já nas mãos, André Reis contactou o presidente do partido, Francisco Rodrigues dos Santos, e a porta-voz do CDS-PP, Cecília Anacoreta Correia, para tentar perceber o sucedido.
"O presidente do partido mostrou-se completamente irredutível: ele diz que tem uma estratégia, mas na realidade não parece que haja verdadeiramente uma estratégia, especialmente no que toca ao interior", adiantou o líder distrital aos microfones na TSF.
Ouça na íntegra a entrevista com André Reis, conduzida por Fernando Alves.
Os argumentos apresentados para justificar a escolha da candidata, à revelia da estrutura distrital, defende, eram "facilmente desmontáveis: refere-se à juventude, refere-se a uma estratégia concertada para todo o país, ao facto de haver a necessidade de apresentar mulheres como cabeças de lista".
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Confrontado com estas ideias, garantiu que "à exceção do argumento da mulher enquanto cabeça de lista, todos os outros argumentos estavam dados pela lista que foi apresentada pela distrital".
A defesa apresentada por André Reis vai, no entanto, mais longe: "A Comissão Política Distrital tinha, sim, uma estratégia clara e fez opções com base nessa estratégia que, em bom rigor, até está mais legitimada que o próprio presidente do partido", isto porque o órgão de Castelo Branco foi eleito "no dia 1 de dezembro, quando o presidente do partido se vai apresentar eleições legislativas já fora do mandato."
Pela direção do CDS, o secretário-geral adjunto do partido, João Campelos, veio a público - citado pelo jornal i - acusar André Reis de ser uma mentira "descarada" que a liderança centrista não tenha ouvido a distrital. André Reis defende-se dizendo que "não é a primeira vez" que enfrenta essa acusação, depois de a ter escutado "no último Conselho Nacional".

André Reis nos estúdios da TSF
© TSF
"Defendi a minha honra no Conselho Nacional e o secretário-geral adjunto, após a minha defesa da honra, já nem sequer teve argumentos para voltar a falar. Portanto, não me espanta que ele faça estas afirmações, mas a realidade é que a mentira descarada está do lado de lá, está do lado da direção nacional porque continuam a afirmar que a distrital foi ouvida", sublinhou.
Sobre as movimentações no interior do partido, André Reis garante que este não é um caso de divergência interna, apesar de a Distrital apoiar Nuno Melo. "Da parte da distrital não há qualquer relação, nem qualquer razão escondida, para tal ter acontecido", garante.
Já quanto à Direção Nacional, o líder distrital confessa não saber o que pensar. "Efetivamente há certas atitudes que me levam a pensar que isto poderá ser já uma preparação para aquilo que será o processo de Congresso do CDS-PP", explica, antes de fechar o argumento: "Parece-me que nada disto é razão suficiente para colocar o partido num estado tal de autofagia que se vá criar problemas onde não há."