Marcelo justifica viagem. "Depois de amanhã estarei a falar sobre direitos humanos no Catar"

Presidente da República defende que é diferente falar lá sobre a situação política do país.

Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que vai falar sobre direitos humanos no Catar. Já com autorização do Parlamento para viajar para o país anfitrião do Mundial, o Presidente da República assegurou que não vai ficar calado e até já sabe qual será o momento em que trará o assunto à conversa.

"É completamente diferente apoiar lá e ir lá dizer o que se pensa sobre a situação política lá. Já tive ocasião de dizer que intervenho num debate sobre educação e um dos pontos fundamentais da educação são os direitos humanos. Portanto, naturalmente, depois de amanhã estarei a falar sobre direitos humanos no Catar", explicou Marcelo.
O Parlamento autorizou esta terça-feira a deslocação do Presidente da República ao Qatar para assistir ao primeiro jogo da seleção nacional de futebol no Mundial 2022, na quinta-feira.

O projeto de resolução apresentado pelo presidente da Assembleia da República foi aprovado com votos a favor das bancadas do PS, PSD e PCP, abstenção do Chega e votos contra de IL, BE, PAN e Livre.

Os deputados do PS Isabel Moreira, Alexandra Leitão, Carla Miranda e Pedro Delgado Alves votaram contra este projeto de resolução, e abstiveram-se os deputados do PSD Hugo Carneiro, António Topa Gomes e Fátima Ramos e os socialistas Maria João Castro, Miguel Rodrigues e Eduardo Alves.

O Presidente da República não pode ausentar-se do território nacional sem o assentimento da Assembleia da República, de acordo com a Constituição.

No pedido de deslocação, Marcelo Rebelo de Sousa solicitou autorização ao Parlamento para se ausentar do país entre quarta e sexta-feira para assistir ao primeiro jogo da seleção no Qatar, e admite a possibilidade de a deslocação se efetuar via Cairo para participar numa conferência sobre o "Futuro da Educação de Qualidade", juntamente com outros chefes de Estado.

Na mesma carta dirigida ao presidente do Parlamento, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que "foi acordada a participação das mais altas figuras do Estado nos jogos da Seleção das Quinas", estando prevista a presença do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, no segundo jogo (28 de novembro) e do primeiro-ministro, António Costa, no terceiro (em 02 de dezembro).

Na passada quinta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa disse que "o Qatar não respeita os direitos humanos", mas pediu que o foco se concentrasse na seleção nacional, declarações que geraram críticas de vários partidos.

Um dia depois, em Fátima, o chefe de Estado ressalvou que iria marcar presença no primeiro jogo se o Parlamento o permitisse e assegurou que pretendia falar de direitos humanos.

Também na sexta-feira, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que os responsáveis políticos portugueses estarão no Campeonato do Mundo de Futebol, no Qatar, a apoiar a seleção nacional e não a violação dos direitos humanos ou a discriminação das mulheres nesse país.

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de