Numa intervenção durante o XIX Congresso do PS, em Santa Maria da Feira, a eurodeputada do PS apontou críticas ao rumo da União Europeia e defendeu Martin Schulz, o atual presidente do Parlamento Europeu para suceder a Durão Barroso à frente da Comissão Europeia.
«É evidente que todos somos a favor de uma aliança com a esquerda preferencial, mas é preciso que os outros partidos estejam disponíveis, a resposta do BE e do PCP ao convite de António Costa em Lisboa não prenuncia nenhuma possibilidade de entendimento», afirmou.
Edite Estrela lamentou que «a esquerda portuguesa esteja tão dividida e que só a direita se consiga unir», mas defendeu que o PS deve procurar soluções maioritárias de governo.
«Meu caro António José Seguro, um Governo minoritário é que nunca, não só porque a situação exige um amplo apoio parlamentar, mas porque Portugal tem um Presidente da República fragilizado que em vez de unir divide, não promove o consenso mas a desunião como se viu no infeliz discurso do 25 de Abril», criticou.
A socialista afirmou que a política de direita falhou em toda a linha e defendeu que no atual contexto «os portugueses só têm uma solução, mudar de Governo e mudar de políticas». «Mas só se pode derrubar o Governo se Paulo Portas quiser, é o político mais poderoso do país, só ele pode decidir se e quando cai o Governo», acrescentou.
Em relação ao PS, Edite Estrela advogou que o partido tem «responsabilidade de apresentar propostas claras, concretas e mobilizadoras».
«Não rasgamos o memorando original, mas devemos rasgar os remendos da responsabilidade do Governo, Portugal tem de renegociar a dívida e de exigir condições justas que aliviem os sacrifícios dos portugueses», concluiu.