- Comentar
Não é muita, mas ainda existe. O Bloco de Esquerda tem "esperança" de que as votações do Orçamento do Estado para 2021 na especialidade "possam trazer alguma novidade substancial". Apesar de a maioria das 12 propostas do partido já ter sido chumbada, Catarina Martins não dá tudo por perdido.
"O Bloco de Esquerda propôs que houvesse medidas no Orçamento que impedissem a vaga de despedimentos e o PS recusou, depois propusemos que se estendesse o subsídio de desemprego para quem perdeu o emprego e o PS está a recusar, propusemos, enfim, que houvesse uma prestação extraordinária para os trabalhadores que sem rendimento também não têm acesso ao subsídio de desemprego e o PS está também a recusar", justifica a coordenadora bloquista.
Catarina Martins questiona "como é que se responde ao país" se o PS "se recusa parar a vaga de despedimentos, se recusa estender o subsídio de desemprego a quem perde o emprego e se recusa uma prestação social a quem não tem acesso ao subsídio de desemprego".
"É por isto não ter sentido e o momento ser de responsabilidade, embora não possamos fazer mais do que registar que o PS continua a insistir em medidas que não respondem à situação, o Bloco de Esquerda mantém a esperança que as votações na especialidade possam ainda trazer alguma novidade substancial".
A coordenadora do Bloco de Esquerda acusa o Governo de ter "desvalorizado a segunda vaga da pandemia" e de ter "achado que eventualmente não iria ser tão grave quanto foi", mas realça que é o momento de "olhar para o país" e "de ter um Orçamento que responda minimamente ao país", o que leva à insistência "até ao último momento".
Subscrever newsletter
Subscreva a nossa newsletter e tenha as notícias no seu e-mail todos os dias
Após uma reunião com representantes de organizações do setor cultural, Catarina Martins lembra que estas atividades estão paradas ou paralisadas "há quase nove meses". "O Governo tem feito de conta que não existe segunda vaga e que este setor pode retomar a atividade e isso não é verdade", aponta a coordenadora do BE, exemplificando que "mesmo as salas que abriram têm a lotação reduzida a 50% e em alguns casos a 95%".
O Bloco de Esquerda relembra a "extrema precariedade" dos vínculos laborais deste setor, em que "na generalidade dos casos estes trabalhadores não tenham acesso a subsídio de desemprego", mas também a necessidade de se continuar a trabalhar para que "seja possível a atividade no fim da pandemia", desde instrumentistas a bailarinos, que não podem parar.