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O Bloco de Esquerda (BE) acusa a Ordem dos Médicos de ter adotado uma posição extremista quanto à despenalização da eutanásia e afirma que não será uma ordem profissional a impedir o cumprimento de uma lei aprovada na Assembleia da República.
Em declarações à TSF, o deputado José Manuel Pureza critica a postura da Ordem dos Médicos que, assegura, não representa a da generalidade dos profissionais de saúde.

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A Ordem dos Médicos enviou uma carta ao Presidente da Assembleia da República e ao presidente da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, na qual defende que a morte medicamente assistida vai contra a ética e a deontologia dos clínicos e que irá resistir se for chamada a participar neste processo.
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Ouvido pela TSF, o bastonário dos médicos, Miguel Guimarães, lembrou que a função dos médicos é "salvar vidas", e não tirá-las, pelo que se recusará a nomear profissionais para qualquer fase do processo de legalização da eutanásia.

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O Bloco de Esquerda considera que, com estas declarações, a Ordem dos Médicos coloca-se fora do debate, assumindo uma "posição extremista".
"Todos os indicadores que, até agora, foram publicados sobre a opinião dos médicos acerca da despenalização da morte medicamente assistida mostram que há uma variedade de posições assinalável", disse à TSF José Manuel Pureza, deputado do BE.
"Uma posição extremista como aquela que a Ordem dos Médicos agora anuncia será representativa de um conjunto de médicos, mas não é, seguramente, representativa dos médicos no seu todo", garantiu.
José Manuel Pureza, deputado do Bloco de Esquerda, critica a atitude da liderança da Ordem dos Médicos
O Bloco de Esquerda recusa também que uma ordem profissional possa pôr em causa uma lei aprovada no Parlamento pelos deputados eleitos pelos portugueses.
"Era o que mais faltava, que uma ordem profissional fosse um instrumento assumido de não cumprimento de uma lei aprovada na Assembleia da República", atirou.

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