Esquerda dividida sobre adesão da Suécia e Finlândia à NATO. Só o Livre apoia

O PS e a direita também devem aprovar a adesão dos dois países à Aliança Atlântica. Até ao momento, 26 membros da Aliança Atlântica já ratificaram a adesão.

Com a esquerda dividida quanto à adesão da Suécia e da Finlândia à NATO, o Livre deixa assente que vai votar favor. Portugal é dos últimos membros que vai ratificar a adesão dos dois países: a proposta do Governo deu entrada a 19 de julho, mas as férias parlamentares atiraram a votação para setembro.

Contactados pela TSF, Bloco de Esquerda e PCP não revelam, para já, o sentido de voto, mas as posições recentes dos dois partidos, que pedem a saída "imediata" de Portugal da NATO, deixam pouca margem para uma votação favorável.

Num debate interno, onde puderam participar todos os membros e apoiantes do Livre, o partido decidiu, com uma maioria de 70 por cento, pelo sim à adesão dos dois países à NATO. Numa nota enviada aos militantes, o partido justifica a decisão com a "solidariedade entre os aliados em tempos de guerra", além do respeito pela autodeterminação dos povos.

"A existência de uma guerra na Europa, a ameaça russa a estes países, a necessária solidariedade entre aliados que se exige em tempos de guerra, o respeito pelo direito à autodeterminação dos povos e sendo ambos os países democracias consolidadas, levam o LIVRE a afirmar que compete aos seus povos a escolha dos blocos aos quais querem, ou não pertencer", lê-se na nota.

O Livre acrescenta que esta "é uma escolha democrática da Finlândia e da Suécia", "num momento-chave" da Europa, "contra as ameaças de um regime oligárquico e autoritário liderado por Vladimir Putin".

Como partido europeísta, o Livre pede que a União Europeia se possa afirmar "como um polo promotor da paz", em que o diálogo seja o principal aliado. "Uma política de defesa comum terá de ser uma realidade a surgir como consequência do aprofundar da democracia europeia e na qual a União Europeia se possa afirmar como um polo promotor da paz a nível global", escrevem.

Ainda assim, o partido não deixa de criticar a posição da Turquia, liderada por Recep Erdogan, que colocou entraves à adesão dos dois países, pelo alegado apoio de Helsínquia e Estocolmo fornecem a ativistas curdos e turcos.

"O LIVRE apoiou, apoia e continuará a apoiar o povo curdo no direito à autodeterminação", sublinham.

Até ao momento, 26 países membros da Aliança Atlântica já ratificaram a adesão da Suécia e da Finlândia. Além de Portugal, restam mais três países: Hungria, Eslováquia e Turquia.

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