Ex-assessor nega ter recebido dinheiro da Câmara de Lisboa por trabalho "fora do âmbito institucional" para Medina

O antigo assessor citado no processo Tutti Fruti nega ter sido remunerado pela Câmara Municipal por trabalhos fora do âmbito institucional.

O antigo assessor Filipe Abreu Nunes nega que "alguma vez tenha sido remunerado pela Câmara Municipal de Lisboa por trabalhos fora do âmbito institucional" nos dois contratos que celebrou com a autarquia", ao contrário do que avança uma investigação da TVI e CNN Portugal.

De acordo com as notícias que vieram a público esta semana, a Polícia Judiciária descobriu que, entre 2016 e 2017, a Câmara de Lisboa terá pagado a Filipe Abreu Nunes uma avença mensal de cinco mil euros por "serviços camarários" que seria, na verdade, trabalho de "consultadoria pessoal" para preparar os comentários semanais de Fernando Medina na comunicação social.

Em resposta à TSF, Filipe Abreu Nunes nega que tenha trabalhado para Fernando Medina fora no âmbito da autarquia e afirma que "é falso que tenha sido remunerado a cinco mil euros por mês", como adianta a investigação da TVI e CNN Portugal, referindo que se trata de um "valor anual".

"A verdade é que celebrei com a Câmara Municipal de Lisboa apenas dois contratos de prestação de serviços nos anos de 2016 e 2017, sem caráter de permanência e no âmbito das intervenções públicas do Presidente. No total, em dois anos, foi paga a quantia de 10 mil euros, e não os "cinco mil euros/mês' referidos no Jornal Nacional da TVI."

Estes serviços, assegura o antigo assessor, que agora trabalha em Genebra como consultor na Organização Internacional do Trabalho, estavam sempre relacionados com o trabalho de Fernando Medina enquanto autarca, e não a título pessoal.

"Estamos a falar do apoio a dezenas/múltiplas intervenções públicas do Presidente da Câmara Municipal de Lisboa em momentos específicos, como (a título de exemplo) a sua tomada de posse, as comemorações anuais do 5 de outubro ou o 1º de dezembro, para os quais a Câmara precisava de um contributo externo pontual e adicional", pode ler-se na resposta escrita enviada à TSF.

Segundo a investigação da TVI e CNN Portugal, terão sido apreendidos e-mails no âmbito da operação tutti frutti em que Fernando Medina sugere a Filipe Abreu Nunes a realização de uma avença por "serviços camarários", como forma de retribuição pelo seu "auxílio" nos espaços de opinião na TVI e Correio da Manhã.

No caso da TVI, o contrato que vigorou entre 2015 e 2021 foi feito a título particular, e segundo assegura o canal Fernando Medina recusava mesmo comentar polémicas que envolvessem a autarquia lisboeta para não misturar os papéis.

O processo Tutti Fruti investiga uma alegada troca de favores entre PS e PSD na preparação das listas para as eleições autárquicas de 2017, de forma a garantir a manutenção de certas freguesias lisboetas. Em causa estão alegados crimes de corrupção, abuso de poder e uso ilícito de cargo político, entre outros.

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