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O secretário-geral do Partido Comunista Português diz que "é um exagero a ideia que querem passar da abrangência do Chega no Alentejo". No dia em que o secretário geral do PCP passa por três concelhos perdidos para o Partido Socialista em 2017 - Moura, Beja e Castro Verde - na estação ferroviária de Beja, garante que a origem dos problemas do Alentejo está no governo e nas suas políticas e não no Chega, "como querem fazer parecer".
De manhã, na sua passagem por Moura, nem uma palavra sobre Chega ou sobre o facto de André Ventura ser o candidato à assembleia municipal neste concelho alentejano. Nem uma palavra é talvez exagerado, pois desde o candidato à câmara, à cabeça de lista à assembleia, ou mesmo o próprio Jerónimo de Sousa, todos foram lançando algumas indiretas.
Contudo, abordando diretamente o assunto, só mesmo à tarde, no cais da estação de Beja, quando questionado pelos jornalistas. E aqui, não fez tenções de fugir à resposta. "Há um exagero em considerar que essa nova força política tem essa abrangência. Não damos para esses peditórios, que não ajudam a resolver os problemas do país. Aqui no Alentejo o grande problema não está no Chega está no governo e nas suas políticas", afirma.
Jerónimo de Sousa garante que o PCP não vive nenhum aperto com a expressão do Chega em territórios habitualmente comunistas e garante mesmo que, no dia 26, "vamos ver que há um manifesto exagero a esta força, que vive disso, e não de apresentar propostas e respostas aos problemas concretos das pessoas".
Ouça a reportagem de Miguel Midões.
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Linha de comboio do Alentejo é uma prioridade nacional
Junto à plataforma 1, da estação de Beja, na linha do Alentejo, o secretário-geral do PCP defendeu que a região deve ser uma prioridade imediata na ferrovia. "A linha do Alentejo e a sua eletrificação em toda a sua extensão deve constituir uma prioridade nacional e prioridade imediata na ferrovia nacional, assegurando as ligações rápidas a Lisboa e a Faro, e ao Porto de Sines, e a Espanha, não esquecendo a ligação ao aeroporto de Beja e à linha de alta velocidade, que vai ligar Lisboa a Madrid".
A eletrificação da linha do Alentejo até Beja, que o governo propõe, é pouco, tendo em conta o potencial desta ferrovia. "O que sobra de propaganda e de promessas falta em decisões e investimento. É preciso reunificar todo o setor ferroviário, operação, manutenção e infraestrutura numa única empresa pública, que é a CP", diz.
Em 2017, a CDU descarrilou e perdeu 10 autarquias. Jerónimo de Sousa está confiante de que é possível voltar a apanhar o comboio no Alentejo e reforçar a posição da coligação.