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O exemplo português é uma esperança para a Europa, diz o diário económico internacional Financial Times . Num editorial publicado este domingo, o jornal elogia o primeiro-ministro português e destaca as habilidades e as escolhas políticas de António Costa.
Portugal é descrito neste editorial como uma espécie de ilha ladeada por tormentas várias. Desde os engasgos do motor do crescimento europeu - a economia alemã - à instabilidade política e também económica de Itália, passando pelo Brexit que pode pôr em causa, por muitos anos, o relacionamento do Reino Unido com a União Europeia.
É no meio deste mar revolto que surge um Portugal brilhante com indicadores de fazer inveja. Salários em níveis pré-crise, um défice próximo do zero, uma taxa de desemprego de 6,7% que contrasta com os 14% de Espanha. Para além dos indicadores económicos é também salientada a baixa taxa de criminalidade e uma atmosfera acolhedora.
O jornalista Miguel Videira resume o artigo do jornal Financial Times sobre o Governo de António Costa
Um sinal de esperança emanado do extremo ocidental da Europa que resulta tanto de "escolhas políticas acertadas" como de uma "boa dose de sorte". São feitos elogios a um "hábil" António Costa que liderou uma geringonça olhada com desconfiança em 2015 mas que, ao contrário de Itália, permanece "estável e funcional".
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É claro que para os resultados obtidos contribuiu também, em boa parte, a recuperação económica mundial e um "boom" do turismo. O governo anterior não é esquecido. Foi o executivo liderado por Pedro Passos Coelho que teve de levar por diante um "trabalho difícil" a troco de um resgate de 78 mil milhões de euros.
Mas nem tudo são rosas. o Editorial do Financial Times elenca alguns dos problemas com que o país ainda se confronta: desde a reposição do tempo de serviço congelado dos funcionários públicos, à luta dos motoristas, a uma dívida pública superior a 100% do PIB. Ainda assim, apesar destes desafios, António Costa tem mais motivos para sorrir do que outros líderes europeus.
É também por isso que o jornal especializado em assuntos económicos perspetiva a vitória do atual primeiro-ministro nas próximas eleições e dá-lhe alguns conselhos: deve avançar com a reforma da administração pública e do setor bancário e continuar o caminho da "prudência orçamental" mas sem a "austeridade punitiva".