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Carlos Moedas é o novo presidente da câmara de Lisboa, sucedendo ao socialista Fernando Medina, e já houve "uma excelente conversa" entre ambos, mas a data da passagem de testemunho ainda não está marcada.
O novo autarca vê "grande boa vontade dos dois lados" e acredita que o processo para uma transição "correta, genuína, para bem de Lisboa e dos lisboetas" avança nos próximos dias, mas como é feita a transição de um presidente de câmara para outro?
Não há um protocolo nem regras escritas e definidas, pelo que a questão acaba por assentar no bom senso. O testemunho é de Fernando Seara, que recorda quando, no final de 2001, foi eleito para suceder a Edite Estrela e liderar Sintra.
Candidatou-se e "foi uma surpresa ganhar", pelo que teve de "aprender procurar uma coligação de maioria camarária" - de 11 vereadores, cinco eram da sua candidatura, quatro do PS e dois da CDU. A escolha recaiu sobre estes últimos.
"Não existe nenhum protocolo, existem regras de bom senso."
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O processo de passagem de testemunho foi "totalmente tranquilo", recorda. "Reuni com a Dr.ª Edite Estrela durante poucos minutos, disse-me que não havia nada de relevante e que me articulasse com o diretor municipal da altura", o que acabou por acontecer.
Houve então uma "aprendizagem das matérias e dossiers principais". Reuniu-se com Guerra da Fonseca, que "nas questões de que sabia", lhe deu algumas notas. Quanto a outros aspetos principais, o então recém-eleito autarca foi "aprendendo, nos primeiros meses de mandato, a conhecer e a entrar neles".
Fernando Seara resume mesmo a experiência em poucas palavras: "A transição foi: 'Ganhaste? Vais aprender'". Não há protocolo, "existem regras de bom senso e trato social".
Fernando Seara recorda um processo simples. "Ganhaste? Vais aprender."
Em 2021, e com a certeza de que a história não se repete e as realidades são diferentes, a memória de Seara viajou 20 anos até ao passado. "Esta madrugada, quando vi os resultados, achei interessante relembrar-me do princípio que a CDU assumiu na altura: estamos aqui para criar condições de governabilidade."
Essas condições criaram-se mesmo e daí nasceram três mandatos de "muito consenso, ponderação e conversações constantes", com a água como bem público a ser "uma das questões centrais" e o presidente dos SMAS a acabar por ser indicado pela CDU.
Resultados da última madrugada reavivaram memórias do antigo autarca de Sintra.