Mais genuíno e mais descuidado ou mais preparado e menos verdadeiro? Olhando para as prestações de Rui Rio e António Costa nos debates até aqui realizados, André Azevedo Lopes, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, avalia os pontos positivos e negativos dos dois líderes partidários, a começar por Rui Rio.
"Rui Rio tem tido o mérito, que corresponde também à sua personalidade, de ter uma postura mais genuína que poderá render-lhe alguma simpatia em parte do eleitorado. Pela negativa, em alguns debates essa postura está na fronteira do que pode ser percecionado como impreparação ou falta de preocupação. Uma postura um bocadinho leve, ou seja, de encarar os debates como algo relativamente informal", explicou à TSF André Azevedo.
O professor assinala também os aspetos que considera positivos e negativos do primeiro-ministro e líder socialista, António Costa.
"De António Costa, pela positiva, ele tem claramente preparado os debates. Em vários casos confronta os seus adversários com pontos que estão nos respetivos programas, vê-se que tem respostas pensadas e preparadas para as críticas que são expectáveis de cada um dos seus opositores. Claramente tem sido uma postura de boa preparação e de preocupação de não cometer erros, que tem cumprido. Pela negativa, a postura de António Costa parece, em alguns momentos, excessivamente ensaiada", afirmou o professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica.
Tal como Marina Costa Lobo, o professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica considera que o debate desta quinta-feira à noite pode ser decisivo. Até no que toca ao desfecho das eleições de dia 30.
"Pode ser um debate importante, eventualmente decisivo. Vai depender de como correr, em especial tendo em conta que a tendência das sondagens mais recentes apontam para algum encurtamento dessa margem de vantagem para o PS, ainda que aparentemente estabilizando numa margem relativamente substancial. Nesse sentido, se o debate correr bem a Rui Rio pode tornar ainda mais incerto o desfecho das eleições ou, por outro lado, se correr melhor a António Costa, poderá eventualmente abrir as perspetivas de uma possível maioria absoluta para o PS", acrescentou André Azevedo.
