Mais de hora e meia para passar em revista todos os assuntos importantes da governação (da Europa à Consolidação Orçamental) num espírito de diálogo e com vontade de encontrar as melhores soluções para o futuro do país.
É assim que fonte do gabinete de Passos Coelho descreve a reunião, com António José Seguro, em que o primeiro-ministro quis deixar vários sinais - a começar pela forma com que se apresentou no encontro: acompanhado pelo ministro de Estado e das Finanças, pelo novo ministro adjunto (que tem a pasta da coordenação política) e pelo ministro da Segurança Social, que preenche a quota do CDS e dá um outro sinal, a propósito da coligação e do envolvimento dos centristas neste processo.
Sozinho, o líder do maior partido da oposição, ouviu da boca de Vítor Gaspar explicações sobre o estado da negociação com a troika, para fechar, formalmente o sétimo exame regular e também das conversações que existem, para flexibilizar os limites do défice e melhorar as condições de financiamento a Portugal.
A conversa passou também por aquele que é um dos cavalos de batalha de António José Seguro - o crescimento e o emprego. O chefe de Governo sabe-o bem e, por isso manifestou o desejo de envolver o PS nessa frente de ação e mostrou-se até disponível para aceitar propostas dos socialistas.
Diz quem esteve em São Bento que as coisas correram bem e que, embora Passos e Seguro tenham estado mais de 5 meses sem reunir, há agora uma nova abertura ao diálogo e que esta pode muito bem ter sido a primeira de muitas reuniões, de uma nova fase de relacionamento entre o Governo e o maior partido da oposição.