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O Governo vai ter de fazer um novo concurso para distribuir os 50 milhões e 600 mil euros do fundo de solidariedade da União Europeia pelas autarquias e que Bruxelas enviou para ajudar na recuperação dos incêndios.
A câmara de municipal de Mação contestou em tribunal o facto de ter ficado de fora destas ajudas comunitárias após os fogos de 2017 e, esta segunda-feira, a Justiça deu-lhe razão. Agora, o presidente da autarquia, Vasco Estrela, afirma que, na prática, quem ainda não recebeu estas verbas terá de esperar até que tudo fique esclarecido.

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"Os municípios que estão na expectativa de receber determinadas verbas - e que até já podem, eventualmente, ter as candidaturas aprovadas -, no caso de ainda não ter sido efetivada a transferência desse dinheiro, podem ficar sem acesso a essa verba até que haja uma decisão final neste processo", uma vez que a anulação dos concursos "não produz efeitos para o futuro".
Vasco Estrela explica como fica a situação dos municípios que ainda não receberam dinheiro dos fundos.
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Assim, o concurso não pode seguir a sua sequência normal, uma espécie de "suspensão dos procedimentos", explica o autarca. As verbas do fundo de solidariedade da União Europeia abrangem mais de 20 autarquias. Vasco Estrela garante que o município de Mação vai entrar no novo concurso que o Governo "está obrigado" a abrir "com regras claras e objetivas".

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"Com os 50,6 milhões de euros atribuídos a Portugal, o Governo fez uma coisa estranha que na altura critiquei: 26 milhões ficaram para o próprio Estado, para reequipamento da Autoridade Nacional de Proteção Civil, Guarda Nacional Republicana, Marinha e Força Aérea e só 24 milhões é que foram para os municípios", sublinha.
Autarca de Mação recorda a forma como o Estado geriu as verbas recebidas.
Até ao momento, o minsitério do Planeamento não se pronunciou sobre o que pretende fazer face a esta decisão do tribunal, que foi favorável à câmara municipal de Mação. Apesar de ter tido a maior área ardida em 2017 (28 mil hectares) e prejuízos de quase três milhões de euros, o município foi excluído pelo Governo do concurso a fundos comunitários.