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O Governo retoma esta quarta-feira a iniciativa "Governo mais próximo", que foi interrompida no início da pandemia da Covid-19, depois de apenas uma reunião em Bragança.
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Em declarações à Agência Lusa, Mariana Vieira da Silva, Ministra da Presidência, sublinhou que o Governo quer, com estas ações, mostrar que a coesão territorial e a proximidade estão na lista de prioridades do executivo liderado por António Costa.
A propósito desta iniciativa, a TSF falou com Helena Freitas que, entre março de 2016 e julho de 2017, coordenou a Unidade de Missão para a Valorização do Interior. Para a professora, "todas as iniciativas que colocam o Governo nestes territórios parecem-me sempre importantes porque também trazem um olhar e uma atenção [para o interior]. Inevitavelmente vão ser discutidas questões que são importantes para o interior do país, para os territórios do interior. À priori, eu diria que é uma iniciativa positiva. Não deixa de ser uma oportunidade. Mas são momentos que rapidamente passam. O problema é o legado que deixam e, muitas vezes, isso não tem significado".
Ouça aqui as declarações de Helena Freitas
O Governo sublinha que a agenda dos Conselho de Ministros descentralizados terão uma "componente legislativa normal", mas sempre com um olhar mais direcionado para os territórios onde as reuniões acontecem. Para a professora Helena Freitas, é preciso uma alteração da organização do estado. "O estado é excessivamente concentrado em Lisboa, e isso tem sido muito negativo para o país. Hoje estamos a ver uma acelerada perda de competências e de recursos na maior parte do país, que não vai permitir uma agenda de restauro e de recuperação das economias dos territórios do interior" alerta a professora que deixa ainda um aviso: falta uma visão de bem comum para o país.
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Durante mais de um ano Helena Freitas coordenou a Unidade de Missão para a Valorização do Interior. A professora unidade de missão para a valorização do interior. A professora lamenta não ter tido as condições necessárias, e o apoio político para levar a cabo aquilo que considera ser "uma missão de vida". "Eu nem orçamento tinha, eu era daqueles gabinetes que não tinha orçamento. Sinto que não tive o apoio político que precisava. E por isso tenho sempre alguma suspeição sobre estas iniciativas que são pontuais, que não têm a consciência que deviam ter. E é pena porque nós estamos a degradar de forma muito acelerada as condições para fazer a regeneração que precisamos" remata Helena Freitas.