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A ministra da Cultura, Graça Fonseca, considera ter condições para continuar a desempenhar o cargo, rejeitando que a contestação pública de que é alvo após uma semana em que participou em vários eventos públicos quando a maioria dos profissionais do setor continua sem trabalho coloque em causa a sua continuidade.
Em entrevista ao Primeiro Jornal, da SIC, conduzida pelo jornalista Bento Rodrigues, a ministra argumentou que "alguém, quem quer que seja - chame-se Graça Fonseca ou outro nome qualquer -, que conseguiu aprovar um reforço de 70 milhões para seis meses na área da Cultura, que conseguiu aprovar a primeira linha de apoio social exclusivamente para artistas, autores e técnicos na área da Cultura, não-concorrencial com outro setor ou profissionais e a ministra da Cultura que conseguiu, depois de 20 anos sem nenhuma aquisição de trabalhos de artistas nacionais, comprar" obras, "tem condições para ser ministra".
"Qualquer pessoa que tenha conseguido isto tem condições para ser ministra." Reportagem de Raquel de Melo.
Num momento em que a contestação tem subido de tom, a ministra considera "curioso" que as vozes críticas tentem impor-se numa semana em que a Cultura recebeu boas notícias. Ainda assim, não rejeita que os trabalhadores atravessem muitas dificuldades.
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"Claro que me incomoda, acima de tudo, o facto de haver pessoas que estão a passar mal", assegura a governante. "Ao longo dos últimos três, quatro ou cinco meses falei muito frequentemente com pessoas que estão em situações muito complicadas."
Assegurando que estas situações "incomodam a ministra da Cultura, como incomodam qualquer pessoa", Graça Fonseca sublinha que a situação vivida "é absolutamente inédita e não há memória na vida contemporânea de ninguém de uma situação destas".
Reconhecida a situação do país, a ministra insiste em enumerar os apoios criados para milhares de portugueses desde o início da pandemia, sublinhando que o ministério da Cultura continua a trabalhar para garantir essa ajuda.
"A partir de segunda-feira, qualquer pessoa que trabalha na área da Cultura pode, através do mero preenchimento de um formulário, requerer apoio social complementar ao que recebeu da Segurança Social", destacou a governante, antes de referir que "é algo que não acontece em mais nenhuma área".