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"Homem de confiança" de Luís Montenegro, Hugo Soares foi confirmado como secretário-geral da nova era no PSD. O antigo líder parlamentar, que deixou o cargo quando Rui Rio tomou posse, defende que o partido e o país "devem ter orgulho" no trabalho de Passos Coelho e apela ao PS que, no futuro, faça com Montenegro, o que não fez com Passos Coelho: viabilize um governo minoritário.
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Em entrevista à TSF e ao JN, Hugo Soares foi questionado sobre o legado de Passos Coelho, muitas vezes "esquecido" pela anterior direção, e defende que o PSD "deve ter orgulho" do trabalho do antigo líder, lembrando que "o passado de António Costa é José Sócrates".
"Creio que as diferenças e as linhas estão bem traçadas. Mau era que um partido como o nosso tivesse vergonha do passado", defendendo ainda que Cavaco Silva foi responsável "pelo primeiro período de crescimento do país".

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Hugo Soares diz que Luís Montenegro será primeiro-ministro, "a bem de Portugal", sem saber "em que estado vai encontrar o país".
O novo secretário-geral do PSD admite que o partido vai "lutar por uma maioria absoluta" nas legislativas de 2026, com "um projeto maioritário". Ainda assim, depois dos resultados, o partido "cá estará" para "dialogar com todos os partidos políticos", inclusive com o PS.
"Designadamente, se não tivermos maioria absoluta, vamos falar com o PS para viabilizar o Governo, coisa que não fez em 2015 depois da vitória de Passos Coelho", atirou.
PSD vai às europeias "para ganhar"
O próximo grande objetivo do PSD será já no próximo ano, com as eleições europeias de 2024, em que o PSD "se apresenta para ganhar", de acordo com Hugo Soares, mesmo evitando ser um "irritante otimista", numa farpa a António Costa.
Assinalando que o PSD vive uma "grande renovação geracional" nos cargos de liderança do partido, com quadros políticos "de grande qualidade" e "experiência política", Hugo Soares assinala que o PSD, como o país, "conta muito com esta geração".

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Questionado sobre a ausência de Montenegro no Parlamento - o líder eleito do PSD não é deputado - Hugo Soares diz que os atuais parlamentares do partido "são os melhores", tenham ou não sido escolhidos por Rui Rio. E, ressalva, Luís Montenegro "vai ter também um espaço físico no Parlamento onde possa reunir com os deputados".
Costa fez "simulacro de procura de consensos"
Instado a comentar a moção de censura do Chega ao Governo, o candidato a secretário-geral do PSD nota que o que aconteceu no executivo é "extremamente grave" e descreve o último mês como um "simulacro de procura de consensos por parte de António Costa" em relação ao aeroporto.
"Não há ministro nenhum que tome uma decisão como aquelas - e carrego no decisão -, transcrita no Diário da República, sem conhecimento dos membros do Governo", analisou também, antes de uma nota final sobre esse dossiê.
Embora o PSD tenha a "responsabilidade" de discutir com o Governo as soluções que possam vir a ser adotadas, o partido não só não o fará na "praça pública, porque as questões de interesse nacional tratam-se com o recato e responsabilidade que exige", mas também o processo "não é como diz António Costa".
"Se for o PSD a escolher a localização, então é o PSD a governar. Creio que era bem melhor para os portugueses, mas ainda não é altura", avisa.

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