Candidatura de João Ferreira "não se confunde com qualquer outra"

Para o líder comunista, nenhum candidato de esquerda se compara com a candidatura presidencial apoiada pelo PCP.

João Ferreira abriu oficialmente a campanha para as eleições presidenciais no Porto. Perante um coliseu com um terço da lotação esgotada, o candidato apoiado pelo PCP assumiu-se como "diferente" e Jerónimo de Sousa referiu mesmo que nem na esquerda existem parecenças.

O líder do PCP subiu ao palco para pedir o voto em João Ferreira a 24 de janeiro, e começou por deixar uma achega às restantes candidaturas de esquerda. "Esta candidatura não se confunde com qualquer outra, por mais de esquerda que se afirmem. Sim, esta é uma candidatura única, singular", apontou.

O protagonista da tarde, João Ferreiram assumiu a defesa dos serviços públicos, em tempo de pandemia. E, no mesmo tom, explicou as diferenças para os restantes candidatos.

"Nenhuma outra candidatura tem denunciado e combatido o aproveitamento que muitos fazem da situação atual para justificar medidas contra quem trabalha. Nenhuma outra assume, como nós, a defesa dos serviços públicos, a começar pelos Serviço Nacional de Saúde e dos seus profissionais", justifica.

João Ferreira deixou ainda uma palavra aos trabalhadores da refinaria da Galp de Matosinhos, que podem ter o posto de trabalho em risco. O candidato do PCP acusa o Governo e a empresa do setor da energia de estarem a cometer um crime contra Portugal.

"O recente anúncio da administração da Galp, com a cumplicidade do encerramento da refnaria de Matosinhos corresponde a um crime contra o país, contra a sua capacidade produtiva, energética e trablhadores. Depois de ter distribuido centenas de milhões de euros em dividendos aos seus acionistas, a Galp evoca o mentiroso pretexto com o ambiente para distribuir postos de trabalho."

Jerónimo de Sousa deixou ainda críticas aos cinco anos de mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, e acusa-o de não ter cumprido o direito dos trabalhadores.

"Fechar os olhos e deixar passar falsas soluções do passado que são pretexto para centralizar mais capital e riqueza nas mãos de uns poucos. O Presidente da República esqueceu-se que na Constituição está um artigo que diz que todos têm direito ao emprego e à segurança no emprego", disse.

"Como poderiamos querer destruir a liberdade?"

Na pré-campanha surgiram ecos de que a candidatura comunista era contra a democracia. André Ventura assumiu, nos debates contra os candidatos que o PCP tinha como ideal os regimes na Venezuela e na Coreia do Norte.

Jerónimo de Sousa aproveitou o início da campanha no Porto para lembrar que durante décadas os comunistas lutaram pela liberdade. "Como poderiamos querer destruir a liberdade se tanto lutámos por ela?", questionou.

A primeira campanha realizada em Portugal em estado de emergência arranca oficialmente este domingo, sob a ameaça de um novo confinamento.

Concorrem às eleições de 24 de janeiro sete candidatos: Marisa Matias (apoiada pelo Bloco de Esquerda), Marcelo Rebelo de Sousa (PSD e CDS/PP), Tiago Mayan Gonçalves (Iniciativa Liberal), André Ventura (Chega), Vitorino Silva, mais conhecido por Tino de Rans, João Ferreira (PCP e PEV) e a militante do PS Ana Gomes (PAN e Livre).

Notícia atualizada às 16h10

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG

Patrocinado

Apoio de