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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, reconheceu este domingo que o resultado obtido pela CDU nas eleições autárquicas ficou "aquém dos objetivos colocados", embora tenham acontecido num quadro "particularmente exigente". Ainda assim, defende, a CDU "confirma-se como uma grande força do poder local".
O dirigente comunista acrescentou que está pessoalmente desiludido com resultados eleitorais obtidos pela coligação, que ainda não são conhecidos, e que agora se inicia o período de avaliação: "Não estou satisfeito com o resultado, não estou. Temos muito que avaliar, refletir, mas sempre com um sentido de que é preciso reforçar a CDU, como vamos fazer, refletindo sobre o que fizemos de menos bem."
Na reação aos resultados das votações, o líder comunista lembrou que os dois anos de pandemia "expuseram" os problemas nacionais e locais e criticou a "exibição de recursos que o Governo propagandeia", exigindo uma "tradução nos investimentos".
"Passado o tempo da resposta emergente, é preciso olhar para o futuro e dar as respostas que podem e devem dar-se", sem as limitar a "leituras" restritas do Orçamento do Estado.
"Não se pode, em nome das opções de classe do PS, adiar soluções para agravar os problemas do país", avisou também Jerónimo de Sousa.
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Num momento em que muitos resultados não estão fixados, mas reconhecendo que "naturalmente existem perdas" nas autarquias - o que reforça que este "não é o resultado desejado -, Jerónimo de Sousa reiterou a "disponibilidade" para servir as populações "seja em maioria ou minoria".
Questionado sobre se estes resultados terão "eco" na política nacional, o secretário-geral do PCP garantiu que "não são determinantes" e que a política "não se esgota no OE2022".
Sobre possíveis mudanças na liderança do PCP, Jerónimo diz que "por enquanto" essa questão não está colocada, nem por si, nem pelos camaradas do seu partido.

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