Jerónimo de Sousa diz que abertura do PS para dialogar "disfarça mal a vontade de se encostar ao PSD"

O secretário-geral do Partido Comunista Português alerta para "uma direita a esconder as suas verdadeiras intenções".

O secretário-geral do PCP e candidato pela CDU, Jerónimo de Sousa, regressou esta quarta-feira à campanha eleitoral e entrou com força nos ataques à direita e ao PS. Depois de ter demorado a responder sobre a possibilidade de convergência com a CDU, António Costa abriu a porta ao diálogo para se juntar ao PSD, de acordo com Jerónimo de Sousa.

"O PS, agora tentando emendar a mão, diz que está disponível para dialogar com quase todos. É uma resposta que disfarça mal a vontade de se encostar ao PSD a seguir às eleições. Essa aparente ambiguidade do PS é tudo menos inocente", considera.

Jerónimo de Sousa também ataca o outro lado e afirma que "esta campanha tem mostrado uma direita a esconder as suas verdadeiras intenções".

"É uma direita maquilhada, a querer mostrar moderação, equilíbrio e simpatia. Uma direita que quer capitalizar o descontentamento com os problemas que a sua própria opção e o Governo do PS não quis enfrentar e resolver. E que a direita, com novas ou velhas roupagens, sempre contribuiu para as agravar. Mas os portugueses que não se deixem enganar. Esta direita de meias palavras, não estará com meias medidas para aplicar as suas políticas. Esta é a direita de sempre", avisa o secretário-geral do PCP.

Ainda que ao ataque sobre o Partido Socialista, Jerónimo de Sousa abriu a porta a uma nova geringonça: "A vida demonstrou, designadamente em 2015, o que a CDU tem dito em todas as eleições. O que vamos eleger são 230 deputados. Que o que conta para definir governos e políticas é a correlação de forças na Assembleia da República. O que conta decisivamente para que estas políticas venham a favor dos trabalhadores e do povo português é a força da CDU na Assembleia da República."

Isto depois de ter considerado que "as velhas e estafadas teorias da bipolarização", bem como "da eleição para primeiro-ministro", apareceram, mesmo "quando a realidade as desmentia totalmente".

O líder comunista apela ao voto na CDU para "assegurar remunerações justas que garantam uma vida digna, promover a revogação das normas gravosas da legislação laboral e ninguém tem dúvidas que só com a força da CDU é possível avançar nos direitos dos trabalhadores".

"Mais CDU, para avançar na cultura e no património, com mais apoio e mais investimento. Na educação, defendendo a escola pública, superando a carência de professores e trabalhadores não docentes em falta. Bem como assegurar do nosso povo à proteção social, à habitação e à mobilidade. Por isso no próximo domingo vamos dar mais força à CDU", reitera o secretário-geral comunista.

Jerónimo de Sousa voltou esta quarta-feira à campanha eleitoral depois ter sido submetido a uma cirurgia de urgência à carótida interna esquerda que o obrigou a estar longe da vida política durante 14 dias. Foi substituído pelo líder parlamentar comunista, João Oliveira, e pelo vereador da Câmara de Lisboa e eurodeputado, João Ferreira.

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