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Jerónimo de Sousa reforça que o PS quis ir a eleições, depois do pedido de António Costa para uma maioria absoluta de "metade mais um" dos deputados. O secretário-geral dos comunistas admite que "o desejo é respeitável", apesar de o Governo não se ter preocupado em "encontrar soluções" na negociação para o Orçamento do Estado.
À margem de uma visita a uma Associação Cultural Moinho da Juventude, do bairro da Cova da Moura, o líder do PCP foi questionado sobre as palavras do atual primeiro-ministro, que falou pela primeira vez numa maioria absoluta.

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"Podíamos dizer um ditado popular "isto antes de o ser já o era". Todo o desenho que o PS construiu resulta de uma opção, o PS quis eleições e não queria soluções. Houve ali um momento em que afinaram a estratégia, têm o seu direito, mas a verdade é que quer de facto as eleições", disse.
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Apesar de assumir que é um "desejo respeitável" dos socialistas, Jerónimo de Sousa defende que "só a convergência de forças" pode resolver "os problemas nacionais e defender o país".
O líder do PCP foi ainda questionado sobre a notícia avançada pelo JN de que o Governo injetou 317 milhões de euros no Novo Banco apesar de o Parlamento ter bloqueado novas transferências para o banco.
Jerónimo de Sousa diz que há banqueiros que conseguem "sempre o que querem" e que são "intocáveis" para quem está no poder.
"Infelizmente é uma demonstração de que o capital financeiro continua a determinar e que os governos têm servido de consola e de apoio aos seus objetivos, que todos nós condenamos, criticamos e denunciamos", disse.
O PCP "critica e denuncia", sendo esta "a prova provada que há intocáveis que conseguem sempre o que querem".
O JN escreve esta segunda-feira que, mesmo chumbado pelo parlamento, "em junho, o Novo Banco recebeu 317 milhões de euros e, na semana passada, o resto que estava em dúvida, mais 112 milhões de euros".

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