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O secretário-geral do PSD, José Silvano, vê a marcação de eleições diretas no partido para 4 de dezembro como uma derrota para Rui Rio. O presidente do partido tinha proposto adiar o agendamento da reunião para depois da votação do Orçamento do Estado de 2022, para evitar crises políticas, mas o Conselho Nacional do PSD não ficou convencido e acabou por aprovar, na última noite, a data para a realização das diretas em dezembro e para o congresso em janeiro.
Durante o Conselho Nacional, Paulo Rangel anunciou a sua candidatura à liderança do PSD, enquanto Rui Rio ainda não clarificou se vai recandidatar-se.

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"É uma derrota", declarou José Silvano, após a reunião do Conselho Nacional do PSD. "Agora, se, para ele [Rui Rio], isto significa alguma coisa ou se isto influencia, ou não, a decisão dele [de se recandidatar à liderança do partido], tem de ser ele a responder na altura certa", acrescentou.
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José Silvano admite que a decisão do Conselho Nacional foi uma derrota para Rui Rio
José Silvano alertou ainda para "a confusão" que pode acontecer com as diretas, no caso de haver uma crise política.
"Se houver alguma crise política com o Orçamento que leve à dissolução da Assembleia da República, o líder que está eleito até 12 de fevereiro é o atual líder político. Porque em 4 de dezembro faz-se as diretas, mas só há posse do novo líder do partido no congresso e o congresso só está marcado para 15 de janeiro. Portanto, se isso acontecer, o perigo que se corre é o mesmo", notou o secretário-geral do PSD.
"Vai ser o líder em funções a tomar as iniciativas que são necessárias para um processo eleitoral, quando estamos a meia dúzia de dias da eleição de um líder nas diretas e, ao mesmo tempo, da sua posse em congresso. É uma confusão que pode acontecer em termos de PSD", declarou.
O secretário-geral do PSD alerta para o que pode acontecer, perante um cenário de crise política
O Conselho Nacional do PSD aprovou, esta quinta-feira, a realização de eleições diretas para 4 de dezembro e do 39.º Congresso para entre 14 e 16 de janeiro, em Lisboa.
Depois de rejeitar a proposta entregue pela direção de Rui Rio para suspender o calendário interno até à votação do Orçamento do Estado, os conselheiros aprovaram a proposta de data inicialmente prevista.
Para já, Paulo Rangel foi o único social-democrata a anunciar a candidatura à presidência do partido.

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