Jovem de Viseu queixa-se de ter sido agredido e insultado por militantes do Chega

O caso já está a ser investigado pelas autoridades.

Um jovem diz ter sido insultado e agredido por dois militantes do Chega, em Viseu. Entre os alegados agressores está o candidato do partido à Câmara de Viseu, Pedro Calheiros.

A vítima, José Pedro Correia, conta que os insultos homofóbicos começaram há cerca de meio ano, junto à loja onde trabalha e que fica localizada junto à sede do Chega, na cidade viseense.

Na última quarta-feira, o jovem, de 26 anos, fartou-se de ser insultado e confrontou a pessoa que teimava em chamar-lhe nomes.

"Eu estava a trabalhar e a programar a chave a uma cliente, ele estava sentado com os militantes do Chega numa esplanada ao qual se referiu a mim como Maria Papoila em frente a um cliente meu. Eu virei-me para ele e disse-lhe se me conhecia de um algum lado. [Depois] entrei no meu estabelecimento e quando sai ele dirigiu-se a mim: queres levar duas chapadas? Eu respondi que não falava com imbecis e ele começou a bater-me", conta.

José foi agredido na cara, corpo e braços. Também se defendeu. No meio da confusão foi agarrado por trás por uma pessoa, que mais tarde descobriu ser Pedro Calheiros, o candidato do Chega à Câmara de Viseu.

"Fui agarrado por trás. Foi o dr. Pedro Calheiro e o [agressor] continuou a bater-me. O meu colega apercebeu-se da situação, saiu do estabelecimento e tirou-o de cima de mim", conta.

A proprietária de um café próximo do local onde ocorreram as agressões confirma à TSF o que que aconteceu. A vítima vai agora apresentar queixa nas autoridades.

"Vou fazer uma queixa crime contra a pessoa em questão por danos materiais e por uma questão de dignidade e de honra", refere.

José Pedro Correia chamou a polícia depois de tudo o que aconteceu. Uma patrulha esteve no local e identificou os envolvidos, mas o jovem acusa um agente de o ter tentado intimidar.

O polícia entrou no meu estabelecimento e perguntou se eu tinha a certeza absoluta que queria fazer queixa. Será porque o senhor Pedro Calheiros foi um ex-coronel ou tenente da PSP e então foi uma maneira de me tentarem intimidar para que eu não desse seguimento ao caso", denuncia, acrescentando que ainda não sabe se vai também apresentar queixa contra o polícia em causa.

À TSF, fonte da PSP de Viseu salienta que "caso essa queixa contra o agente da autoridade seja apresentada, será aberto um procedimento interno, disciplinar para averiguar" a veracidade dos factos.

Já o presidente da distrital de Viseu do Chega adianta que este incidente ainda "numa fase de averiguação", prometendo ainda hoje enviar "o relatório preliminar ao partido".

João Tilly diz que os militantes envolvidos "negam peremptoriamente a história" contada pela vítima e "dizem que foi um deles o provocado e agredido''.

"O caso requer uma investigação mais aprofundada antes de se retirarem as devidas conclusões. Os órgãos próprios do partido decidirão sobre este caso oportunamente", conclui.

A nacional do Chega veio entretanto dizer que mantém "integral confiança" nos candidatos e estruturas local e distrital de Viseu, e adianta que só se vai pronunciar sobre alegadas agressões de motivação homofóbica na cidade depois de apurados os factos pelas autoridades.

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