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O presidente do PSD afirmou esta terça-feira que o partido está a ouvir personalidades e instituições sobre a futura solução aeroportuária, sem fixar um prazo, e desafiou o Governo a avançar já com obras no atual aeroporto de Lisboa.
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Luís Montenegro participou num encontro organizado pela Caixa Geral de Depósitos, em Oeiras, onde teve uma conversa de mais de meia hora sobre "Desafios Económicos do País" com a diretora do Jornal de Negócios, Diana Ramos, no qual este tema foi também abordado.
"Lanço o desafio: antes de decidir a localização do novo aeroporto, façam-se já as obras no aeroporto Humberto Delgado. Já se podiam ter feito no tempo da pandemia, mas o Governo esteve a dormir e não aproveitou a retração aeroportuária", criticou.
Ouça a reportagem de Filipe Santa-Bárbara
No encontro e no final em declarações aos jornalistas, Montenegro detalhou uma informação que já tinha sido transmitida pelo primeiro-ministro, António Costa, após o encontro entre ambos na sexta-feira.
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"No PSD nós estamos a fazer um conjunto de audições com técnicos especializados e entidades com opinião formada sobre o tema e que podem ajudar-nos a ter um retrato completo sobre o tema", afirmou.
Sem querer revelar a que entidades se refere, Luís Montenegro adiantou que, no final desta semana já serão "mais de uma dezena" de personalidades e instituições ouvidas, mas recusou fixar um prazo para terminar esse trabalho interno.

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"Imponho a mim próprio ser o mais eficiente e mais eficaz na ação política, tentarei ser o mais rápido que for capaz, para ter uma decisão consciente, fundamentada e exequível", disse, mas deixando um recado sem destinatário explícito.
"Não aceito pressões de ninguém, nem aceito chantagens psicológicas, políticas e institucionais de ninguém, não vou decidir pelo Governo. Não vamos impor ao PSD um prazo apertado para decidir uma coisa em sete dias que o Governo não decidiu em sete anos", insistiu.
Sobre o encontro com o primeiro-ministro, do qual ainda não falara em público, o presidente do PSD referiu que "deve ser tratado com algum recato" e que a conversa sobre o aeroporto "foi uma parte muito pequena" da conversa a dois de mais de três horas e meia.
"A reunião foi produtiva, foi uma reunião normal de uma democracia madura, onde o líder do Governo e o líder da oposição - apesar de toda a combatividade - têm dois projetos políticos alternativos e é importante que tenhamos pontos de diálogo", afirmou.
Questionado se obteve respostas de António Costa quanto a uma pergunta que tem colocado reiteradamente - se o Governo vai ou não avançar com a Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) prevista para decidir a melhor localização do futuro aeroporto -, Montenegro não quis revelar o conteúdo da reunião, mas deixou uma pista.
"Está na cara que AAE que tinha sido alvo de concurso público publico não se vai realizar, mas, como disse há pouco, uma AAE terá de se fazer", afirmou, depois de ter dito perante a plateia de empresários que esta avaliação "é inultrapassável à luz das regras europeias".