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Numa convenção em que quatro moções se apresentam em "oposição" à apresentada por Catarina Martins (que reúne a maioria dos votos), Marisa Matias comenta, em declarações à TSF, que o Bloco está "bem entregue em termos de liderança", com um "programa e linha de estratégia que faz sentido ser reforçada".
Se a liderança está no horizonte dos seus planos, é uma questão com que nunca se confrontou, assegura. "De momento, não se coloca essa questão. Nunca fiz sequer esse tipo de reflexão. Nunca pensei sobre o assunto, verdadeiramente"
"Apoio a liderança de Catarina Martins", diz mesmo.
Numa reflexão sobre a mais recente corrida a Belém, Marisa Matias reconhece que os resultados ficaram aquém, mas percebendo que "há bons resultados e maus". Apesar de a eurodeputada admitir que os seus votos ficaram aquém das expectativas - "nunca direi que foi um bom resultado" - , Marisa Matias não tem dúvidas: "Foi uma candidatura necessária e voltaria a fazê-la."
Quanto ao que tem sido debatido ao longo desta XII Convenção Nacional do BE, a antiga candidata às Presidenciais garante que "a acusação de estarmos muito encostados ao poder não corresponde à realidade". Na perspetiva de Marisa Matias, o Bloco permanece um " partido sempre disponível para apresentar propostas".
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Por isso, a eurodeputada, rejeita que o Bloco seja um encosto, e exemplifica com o "voto muito pensado e ponderado" aquando do voto contra o OE2021. Esse voto prendeu-se com o não cumprimento de medidas estipuladas para 2020, explica.
A possibilidade agora de um novo entendimento com o Governo socialista depende do conteúdo do OE2022, mas "há medidas dentro e fora do Orçamento", ressalva Marisa Matias. Tem de haver, por isso, "opções políticas que são ganhos fundamentais para as pessoas em Portugal".
Marisa Matias acusou o Governo de não ter cedido a nenhuma exigência do partido "por pura teimosia, intransigência e vontade de isolar o Bloco de Esquerda".
Não é a "natureza da relação" com o Partido Socialista que a preocupa - "nem sei se tem de haver algum tipo de relação" -, o que tem de ser garantido é a ausência de uma "posição dúbia, de não separar as águas".
Num momento em que a direita radical tem representatividade partidária, Marisa Matias caracteriza como "horrível" que "forças democráticas achem que podem viabilizar forças que não são de todo democráticas".
"Devíamos ter aprendido com a União Europeia", sustenta, alertando que tem de ser feita uma "divisão entre as forças democráticas e as que não são, nem pretendem ser".

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