Livre critica "aleatoriedade" do Governo e pede previsibilidade

Deputado único do Livre defendeu que a medida surge "tarde e a más horas".

O deputado único do Livre, Rui Tavares, criticou esta quarta-feira a falta de previsibilidade do Governo na atribuição de apoios, defendendo que as pessoas precisam de saber com antecedência os apoios com que podem contar no contexto atual de inflação.

"As pessoas precisam de previsibilidade. A inflação é previsível, neste momento, já sabemos que está para ficar. O aumento das taxas de juro dos empréstimos que as pessoas têm que pagar todos os meses através das suas prestações é também previsível. E não se pode deixar as pessoas à mercê da aleatoriedade de o Governo num mês decidir que há um apoio e depois não dizer quando é que vai haver um próximo apoio", defendeu Rui Tavares.

O deputado único do Livre reagia na Assembleia da República ao anúncio do primeiro-ministro, António Costa, do pagamento de uma prestação extraordinária de 240 euros para um milhão de famílias que recebem prestações mínimas ou que beneficiem da tarifa social da energia.

O historiador defendeu que a medida surge "tarde e a más horas, ainda no decurso da execução do Orçamento de 2022" e considerou que o executivo deveria abrandar a diminuição da dívida pública e do défice, fazendo-o "num outro ritmo para poder ajudar mais as pessoas".

"A única coisa que é previsível agora é que em 2023 o Governo vai continuar a fazer isto: não preparou o orçamento para uma época de crise, deu prioridade à consolidação orçamental e quando houver uma avaliação que lhe permita reagir, reagirá", apontou.

Para o Livre, "isto não é maneira" nem "forma das famílias poderem planear o seu ano".

"Não é forma acima de tudo de as pessoas saberem que têm o Governo do seu lado e que terão os recursos necessários para ultrapassar esta crise", sustentou.

No que toca à classe média, o deputado único do Livre considerou que "apoios de transferência direta em épocas de crise são importantes e podem ser feitos" mas não "desta forma aleatória e com anúncios de última hora".

Esta medida, que será aprovada em Conselho de Ministros na quinta-feira, foi anunciada durante uma entrevista à revista Visão. A entrevista será divulgada na íntegra igualmente na quinta-feira.

"Esta semana, o Conselho de Ministros vai aprovar um outro aumento, para as famílias mais vulneráveis, de uma prestação extraordinária de 240 euros, que corresponde a um esforço muito grande, tendo em conta aquilo que foi a evolução da inflação neste segundo semestre", revelou o chefe do Governo à Visão.

De acordo com o primeiro-ministro, este apoio começa a ser pago no dia 23 de dezembro, até ao final do ano. Este novo apoio extraordinário vai ser atribuído aos cidadãos abrangidos pela tarifa especial de eletricidade ou por prestações mínimas, sendo consideradas prestações sociais mínimas o complemento solidário para idosos, o rendimento social de inserção, a pensão social de invalidez do regime especial de proteção na invalidez, o complemento da prestação social para a inclusão, a pensão social de velhice e o subsídio social de desemprego.

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