O antigo dirigente centrista recordou o legado de Diogo Freitas do Amaral. O fundador do partido morreu esta quinta-feira aos 78 anos.
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O ex-dirigente do CDS António Lobo Xavier usou o pensamento de Freitas do Amaral, que morreu aos 78 anos, para defender que, como há 45 anos, o partido é contra a "esquerda coletivista" e não quer o socialismo.
"Nesta campanha, não podíamos homenagear melhor o nosso fundador do que recordar essa nossa marca: só nós mesmo, no campo da direita e centro direita, dizemos que não queremos o socialismo", afirmou Lobo Xavier, numa crítica implícita ao PSD, num comício de campanha do CDS às legislativas de domingo transformado em jantar para homenagear o fundador Freitas do Amaral, em Gondomar, Porto.
"Ainda vamos a tempo, ainda vamos ter surpresas", desejou o ex-líder parlamentar centrista, numa referência aos resultados das eleições de domingo.
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Lobo Xavier fez um forte ataque, direta e indiretamente ao PS e às esquerdas, afirmando que hoje, como há 45 anos, os militantes não querem o socialismo.
E não querem o socialismo, enumerou, porque "põe o Estado e a ideologia à frente das pessoas", porque "prefere cuidar do aparelho do Estado em lugar de cuidar de todos", "mete as famílias o Governo" e "cobra impostos altos em troca de maus serviços".
Olhando para trás, para julho de 1974, confessou que foi depois de ter ouvido pela rádio a apresentação do partido, pela voz de Diogo Freitas do Amaral, que decidiu filiar-se no CDS, que se apresentou como um "partido democrata-cristão, semelhante aos do cento e norte da Europa, fiel à democracia liberal, europeísta, com aspirações de progresso e justiça".
"Esse era o discurso que também faríamos se fundássemos o CDS hoje", conclui.
De resto, António Lobo Xavier elogiou a personalidade de Freitas, a sua coragem para fundar um partido de centro direita no Portugal de 1974, quando a "esquerda militar e comunistas", disse, cercaram comícios e sedes do partido, "perseguiram militantes".
E recordou "com saudade e respeito" o fundador do CDS e ex-vice-primeiro-ministro e concordou com a líder por não ter cancelado o jantar em Gondomar.
"Quem fundou o partido não pode estranhar que depois de tantas lutas baixássemos os braços para não ter concluirmos mais esta luta em que estamos empenhados", disse, para acrescentar que aquele jantar "não é uma festa", não tem músicas: "não desfraldamos bandeiras, nem sequer estamos alegres."