Manuel Alegre, membro do Conselho de Estado e dirigente "histórico" socialista falava à chegada ao XX Congresso Nacional do PS, em Lisboa, onde discursará ainda esta tarde.
O ex-candidato presidencial começou por fazer uma crítica genérica à comunicação social presente no congresso do PS a propósito do caso da prisão preventiva do ex-primeiro-ministro socialista: «Sei que vocês têm isso [o tema Sócrates] na agenda, mas nós não temos tabus».
«Um partido político tem de saber enfrentar duras provas e tem de saber colocar acima das afetividades e dos sentimentos a responsabilidade política nacional - e é disso que se trata agora. Sofremos um choque, todos nós estamos tristes, mas já sofremos outras tempestades nas nossas vidas», declarou Manuel Alegre.
A seguir, o ex-candidato presidencial referiu que o próprio Sócrates pediu aos socialistas para não «interferirem» no seu processo judicial, «porque isso o prejudica, prejudica a separação de poderes, prejudica a democracia e prejudica o próprio PS».
«Somos um partido que teve um papel decisivo na construção do Estado social, na democracia e no Estado de Direito. Respeitamos a separação de poderes. Não somos nós que, por exemplo, quando o Tribunal Constitucional não concorda connosco, criticamos o Tribunal Constitucional. Respeitamos o funcionamento autónomo e independente da justiça», acrescentou Manuel Alegre.