Marcelo assume que não há condições para adiar eleições presidenciais

O chefe de Estado lembra que para adiar as eleições presidenciais seria necessária uma revisão constitucional.

Marcelo Rebelo de Sousa assume que não há condições para adiar as eleições presidenciais, mesmo que os novos casos de Covid-19 continuem a aumentar. No debate para as eleições presidenciais, frente a Vitorino Silva, o Presidente da República revelou que os partidos entenderam que as eleições não deviam ser adiadas.

O chefe de Estado afirma que Portugal pode voltar a um confinamento geral, com exceção das escolas, caso os números da pandemia continuem perto dos dez mil casos.

"No primeiro cenário, regressar a quatro mil casos por dia, significa as mesmas medidas dos últimos tempos. Por outro lado, se continuarmos com dez mil, temos de ponderar um confinamento mais rigoroso. Exceto o encerramento das escolas", referiu na RTP.

Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que ponderou a possibilidade de agravamento da pandemia, antes das eleições. A questão foi colocada aos partidos, antes da marcação da data do sufrágio, e "todos concordaram em não adiar a eleição".

O Presidente da República lembrou que para adiar as eleições presidenciais seria necessária uma revisão constitucional, "e o Presidente não é competente para a rever". O chefe de Estado admite que, mesmo que surja uma alteração da constituição, não será a tempo de 24 de janeiro.

Por outro lado, Marcelo Rebelo de Sousa garante que no dia das eleições haverá liberdade de circulação para permitir o direito ao voto dos cidadãos. Quanto à campanha eleitoral, "a atividade política está salvaguardada por lei".

"Este regime salvaguarda o desconfinamento para o voto. No dia de voto, realmente, haverá liberdade de circulação permitindo o exercício de voto", explicou.

O chefe de estado e candidato a um novo mandato assumiu que "nunca se viveu uma eleição nestas condições" em Portugal. Deixa, no entanto, um apelo aos cidadãos para que se mobilizem e se voluntariam para estar nas mesas de votos, que serão em maior número, e se disponibilizem para recolher os votos de quem estiver em quarentena.

"A minha intenção não era fazer dez anos em Belém"

Marcelo Rebelo de Sousa explicou que a pandemia foi um fator determinante para a sua recandidatura e que, em condições normais, a ideia "não era fazer dez anos" como Presidente da República.

"Não era possível sair a meio de uma pandemia, tendo decretado o estado de emergência. No dia 18, disse que não podia deixar o barco a menos que acontecesse um problema de saúde ou uma tragédia como a dos fogos", recordou.

O chefe de Estado notou ainda que, se vencer as eleições e no que depender do Presidente, "a legislatura deve durar até 2023". "Estamos em pandemia, vamos para uma crise económica e social profundíssima", lembrou.

Nas eleições de 2023, "o povo é quem mais ordena: se eleger esquerda, é esquerda. Se eleger direita, é direita".

O candidato Vitorino Silva, questionado sobre o mandato de Marcelo Rebelo de Sousa, assume que dá nota positiva ao Presidente da República. "Se fosse professor ou comentador político, daria nota 14", disse.

Vitorino Silva, mais conhecido como Tino de Rans, desafiou ainda o chefe de Estado a dar uma nota ao seu mandato. Marcelo atirou: "O comentador Marcelo morreu no dia em que foi eleito o Presidente Marcelo. Eu não voltarei a ser comentador", garantiu.

O popular e popular-populista de Tino de Rans

Vitorino Silva explica ainda a sua tese quanto aos candidatos mais populares das eleições presidenciais: Vitorino Silva, Marcelo Rebelo de Sousa e André Ventura.

"Há dois políticos muito carismáticos que é o Marcelo e que sou eu. Depois há outro, que tem algo a ver connosco, que é popular. Divido isto em três: o só popular, que sou eu; o popular-populista e o populista-popular", indica.

O candidato assume que "gosta muito" de Marcelo, e afirma que "a direita e a esquerda não vai a votos desta vez".

"Na casa onde nasci, quando subo a rua, a minha casa fica à direita. Quando desço, fica à esquerda. Depende se as pessoas vão a subir ou a descer", apontou.

O debate terminou com Vitorino Silva a mostrar o seu "caderno de pensamentos" a Marcelo Rebelo de Sousa. "Há quem pense que tenho gurus e que trouxe uma grande equipa, mas não. Todos os meus pensamentos estão nestas folhas", explicou.

Apesar de as sondagens colocarem Marcelo perto dos 70 por cento dos votos, o atual Presidente da República afirma que "sondagens só no dia seguinte", e recusa cantar já vitória.

As eleições presidenciais realizam-se a 24 de janeiro, com sete candidatos: Marcelo Rebelo de Sousa, Ana Gomes, André Ventura, Marisa Matias, João Ferreira, Tiago Mayan Gonçalves e Vitorino Silva.

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