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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, não quis, este sábado, comentar a decisão do juiz Ivo Rosa no âmbito da Operação Marquês nem o acórdão que iliba o ex-primeiro-ministro José Sócrates de todos os crimes de corrupção.
Na perspetiva de Marcelo Rebelo de Sousa, o Presidente da República "não pode nem deve comentar o que diz respeito ao poder judicial", deixando claro que respeita as decisões de "todos os tribunais, em particular as decisões definitivas dos tribunais".
Apesar da insistência dos jornalistas, o chefe de Estado escusou-se a fazer comentários sobre a Operação Marquês, tendo apenas acedido a responder a uma questão, mais genérica, sobre a demora da justiça e os megaprocessos.
Em Vila Nogueira de Azeitão, onde participou numa homenagem a Sebastião da Gama, o Presidente da República explicou que, "até ao final deste mandato, gostaria muito que os portugueses ficassem com a sensação que os processos têm um fim visível em tempo devido".
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"Agora, isso não compete ao Presidente da República estar a concretizar, aplicando ao processo A, B ou C", ressalvou. Marcelo Rebelo de Sousa, a este propósito, optou por repetir algo que "já disse uma vez".
"Gostaria muito que os portugueses ficassem com a sensação que os processos têm um fim visível"
"Eu, no mandato anterior, disse, ao terminar o mandato, que tinha ficado feliz por processos que não tinham avançado durante muito tempo terem avançado alguma coisa durante o mandato presidencial que estava a terminar", lembrou.
Assim, Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou para recuperar esta ideia.
"O que eu posso dizer é que gostaria que o maior número de processos - se fosse possível todos os processos, que eu sei que é difícil - vindos do passado ou iniciados neste mandato pudessem ter uma conclusão durante" este mandato, afirmou.
Apesar de saber que "o tempo da justiça é o tempo da justiça", o chefe de Estado deixou claro que todos apreciam "que a justiça seja rápida".
José Sócrates, inicialmente acusado de 31 ilícitos, vai a julgamento por três crimes de branqueamento de capitais e três de falsificação de documentos, os mesmos pelos quais Carlos Santos Silva está pronunciado.
Dos 28 arguidos do processo, foram pronunciados apenas cinco, tendo sido ilibados, entre outros, Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, o empresário Helder Bataglia e o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca.
Dos 189 crimes constantes na acusação, só 17 vão a julgamento, mas o procurador Rosário Teixeira, responsável pelo inquérito, já anunciou que vai apresentar recurso da decisão do juiz para o Tribunal da Relação de Lisboa.