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O lay-off era uma medida inicial mais virada para a suspensão da atividade, agora seguem-se medidas de retoma de atividade. Mariana Vieira da Silva, em entrevista à TVI, destaca que é necessário reunir com os parceiros sociais e económicos, entre o final desta semana e o início da próxima, de forma a decidir quais serão os apoios relativos a esta fase de retoma da economia.
A indústria foi muito importante na recuperação da anterior crise, lembra a ministra do Estado e da Presidência, e é um setor que em Portugal não encontrou travagem, ao contrário do que aconteceu noutros países, em que a paralisação foi total.

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Mariana Vieira da Silva lembra que o país está em fase de desconfinamento, e o Governo já não pede aos portugueses para ficar em casa. As medidas económicas discutidas pelo Governo são, por isso, para uma retoma da economia.
Depois do lay-off, Mariana Vieira da Silva reconhece que o Governo está agora a estudar medidas "para um lay-in".
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"Os portugueses podem voltar à sua terra"
Os emigrantes vão poder regressar a Portugal, mesmo por via terrestre. Mariana Vieira da Silva indica que o Governo está a estudar diversas opções, sabendo que os portugueses vão ter de cumprir as regras impostas pelos restantes países.
Quem entrar em Espanha vai estar sujeito a quarentena obrigatória. Questionada por Miguel Sousa Tavares quanto à posição de Portugal à medida, Mariana Vieira da Silva indica que o Governo ainda não tomou nenhuma decisão.
"Existem várias formas de atravessar a fronteiras, e os portugueses podem voltar à sua terra. Os portugueses não vão atravessar Espanha, vão passar por Espanha."
Mariana Viera da Silva explica que nem um português pode ir passar um fim de semana a Madrid nem um espanhol a Portugal, mas quanto aos emigrantes a situação sempre foi diferente. "Todos os portugueses puderam sempre regressar ao seu país, exceto quando não havia voos", salienta.
A governante acredita que a decisão relativa às fronteiras de Portugal com Espanha não foi tomada unilateralmente pelo Executivo espanhol.
António Costa nas ruas? "Dar o exemplo faz parte da vida política"
A ministra de Estado e da Presidência vinca que o processo de desconfinamento é lento. A atitude de António Costa, que se passeou pelas ruas de Lisboa, é uma forma de incentivar os portugueses, de dar um sinal de que "podemos dar este passo".
Quanto ao manual de frequência de praias, Mariana Vieira da Silva indica que as 72 normas provam, na perspetiva da governante, que há condições para que este hábito possa ser retomado, mesmo que com "os impactos menores possíveis mas com os impactos necessários em cada momento".
A minsitra de Estado e da Presidência reconhece que é necessário retomar uma certa normalidade, em termos económicos e sociais. "Procurámos definir regras, que muito provavelmente vão manter-se até haver uma vacina. Temos de nos adaptar à novas informações que forem chegando", lembra.

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"No mar o risco não existe e na areia, a existir, é quase insignificante", relembra Mariana Vieira da Silva, numa alusão às conclusões da DGS.
Mariana Vieira da Silva diz não ter sentido qualquer pressão nas reuniões com grupos económicos ou Conselhos de Ministros relativos à saúde da economia portuguesa. No entanto, deixa o alerta: foram divulgadas informações dessas reuniões que não correspondiam à verdade.
Questionado sobre os fatores que podem levar a um recuo no desconfinamento, a ministra explica que não há um número único. Ainda assim, é necessário ter em atenção a redução do internamento de pessoas, o aumento da capacidade de testagem e a evolução da pandemia no país e no mundo.
"Poderíamos correr o risco de recuar nalgumas medidas, mas este tempo foi importante para reforçar a capacidade do SNS", exemplifica a governante.
Faz hoje 15 dias do primeiro do desconfinamento e o nível de contágio é semelhante. São feitos mais testes e há menos positivos em termos de percentagens, salienta a ministra.
Portugal regista 1231 mortes devido à Covid-19, mais 13 nas últimas 24 horas. O número total de pessoas infetadas é agora de 29209.