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O novo Governo é empossado esta quarta-feira. O primeiro-ministro, os 17 ministros e os 38 secretários de Estado serão chamados, um a um, a assinar o livro de posse e o compromisso de honra. A chamada de cada um dos elementos do Governo cabe ao secretário-geral da Presidência da República. Uma função que, durante 15 anos, foi ocupada por Arnaldo Pereira Coutinho, que exerceu o cargo durante os dois mandatos de Cavaco Silva e, nos últimos cinco anos, no do Presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Entre 2006 e 2021, deu posse a governos de José Sócrates, Pedro Passos Coelho e António Costa.
A repórter Cristina Lai Men regista as histórias guardadas por Arnaldo Pereira Coutinho
Arnaldo Pereira Coutinho conta que "enquanto não estiverem esgotadas as páginas" são usados sempre os mesmos livros, que ficam guardados no gabinete do secretário-geral da Presidência.
Em declarações à TSF, confessa que os livros de posse são um pouco pesados e, como tem um problema de coluna, teve de arranjar uma fórmula para transportar os livros.
"São livros com capa dura e muitas páginas, pesam vários quilos. Na deslocação que eu tinha de fazer entre o meu gabinete e o próprio Palácio, pedia sempre que me ajudassem (...), porque, se não, chegava lá aflito das costas", admite.
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Arnaldo Pereira Coutinho recorda um episódio em 2007, que lhe deu um "calafrio", e que o fez alterar o modo como procede nas cerimónias. A meio de uma condecoração, teve de se ausentar por momentos e, quando regressou, "não sabia onde é que ia, não conhecia a pessoa". "Tive de estar a contar as cadeiras para ver quem seria o outro que vinha a seguir", lembra. Desde aí, passou a numerar todos os nomes nos livros.
Mas o mais complicado, admite, era, por vezes, a duração das cerimónias. "Agora já se está sentado, mas, antigamente, estava-se horas ali de pé". O antigo secretário-geral da Presidência lembra, até, uma situação, no dia seguinte a uma posse, em que um membro do Governo se queixou de ter "a mão inchada" por ter cumprimentado centenas de pessoas na cerimónia. "Estava-se mais de uma ou duas horas a fazer cumprimentos. Os cumprimentados sofriam bastante", brinca.
Estas e outras histórias deverão fazer parte de um livro que Arnaldo Pereira Coutinho está agora a escrever e no qual irá contar aspetos caricatos do trabalho ao longo dos 15 anos em que esteve ao serviço da Presidência da República.